A doação de sangue é um ato voluntário que pode salvar muitas vidas
Por Mariana Mendes
Revisão: Vinícius Daniel
Hoje, dia 14 de junho, é comemorado o dia mundial do doador de sangue. A data foi criada para agradecer os doadores que por razões altruístas fazem uma ação que salva vidas. Além de conscientizar sobre a necessidade de aumentar o número de doadores e de fazer doações regulares para o acesso oportuno ao sangue e produtos sanguíneos seguros e de qualidade, como componente fundamental dos sistemas de saúde.
Transfusões de sangue e seus produtos salvam milhões de vidas por ano. O doador é um membro importante na área da saúde. Através de sua ação voluntária, ele pode ajudar pacientes que estão em risco de vida, em tratamento, em intervenções médicas urgentes e colaborar nos procedimentos médicos mais complexos.
Dra. Luciana Nogueira é médica hematologista e hemoterapeuta e explica sobre o recebimento das doações.
“Os candidatos a doação devem comparecer nos postos de coleta, sejam públicos ou privados (HEMOBA, Hospital São Rafael, Vita entre outros), munidos de documento de identificação oficial para realizar um cadastro com dados pessoais e de endereço”, explica Nogueira.
A médica completa: “A doação é voluntária, podendo ser em nome de uma pessoa que necessite ou mesmo para doação espontânea. Não pode ser remunerada, pois as pessoas podem omitir fatos importantes que podem prejudicar os pacientes que receberão esses sangues.”
Para ser doador, a pessoa precisa ter entre 16 a 69 anos de idade (de 16 a 17 com autorização do responsável legal), idade até 60 anos caso seja a primeira doação, pesar mais de 50kg, estar em boas condições de saúde, não estar grávida ou amamentando, não ter feito tatuagem há menos de 12 meses, não ter piercing em cavidade oral ou região genital. Além disso, para quem já é doador, o intervalo entre as doações de sangue de 90 dias para mulheres e 60 dias para homens precisa ser respeitado.
O processo da doação até a utilização do sangue doado é seguido por etapas. Antes do sangue ser disponibilizado para um receptor, é realizada uma triagem do doador.
“A pessoa passará por uma entrevista clínica, onde será perguntado sobre hábitos de vida, uso de drogas, medicações, doenças pregressas e vida sexual. Essas perguntas apesar de íntimas são de extrema importância, não só para proteger o doador, mas também para o paciente que estará recebendo o sangue”, conta a doutora.
O doador é submetido a alguns testes iniciais para avaliar se é portador de anemia,hiper ou hipotensão e alterações de batimentos cardíacos. A entrevista é realizada sob sigilo, sendo feita de maneira separada para cada doador.
Após a entrevista clínica, se o doador estiver apto, a coleta do sangue é realizada. A doação é rápida, em torno de 5 a 10 minutos e são colhidos em torno de 450ml em bolsas próprias. Além disso são colhidos em torno de 10 a 15 ml para realização de exames para identificação do tipo sanguíneo e fator RH, e também exames de sorologia para identificar se o doador tem alguma doença infecciosa (Hepatites B e C, Anti HBc Sífilis, Chagas, HIV, HTLV).
Somente depois de todos esses exames, o sangue é liberado para uso no paciente que necessita.
Ressaltando a importância do ato de doar, Dra. Luciana completa: “A doação de sangue é algo insubstituível. Os doadores não estão apenas doando sangue, mas doando vida. Uma única doação de sangue pode salvar até 4 pessoas. Hoje sem a doação de sangue, muitas pessoas que se tratam de doenças graves, podem morrer, pois elas necessitam exclusivamente do sangue para sobreviver. Por isso é da maior importância que as pessoas que possam doar, façam doações. É um tempo mínimo que se gastará e que pode modificar e salvar um outro ser humano.”
Joseval Maciel é doador há mais de 20 anos, e começou a doar pela necessidade de ajudar amigos e familiares.
“Para mim, doar sangue é um ato de solidariedade que ajuda a salvar vidas. Me sinto bem com isso. É muito importante para mim ajudar as pessoas e saber que posso contribuir de alguma forma”, declara Maciel.