Marcado por comemorações católicas, o mês de junho carrega diversas histórias e comemorações
Por Clara Oliveira
Revisão: Luísa Mendes
As expectativas sobre o mês de junho para o nordestino sempre são grandes. O mês que é marcado pela comemoração de Santo Antônio, São João e São Pedro (29 de junho) é sempre repleto de comemorações, festejos e crença. Celebrado por pessoas praticantes do catolicismo e também por não praticantes, é encontrado toda uma história por trás dos festejos.
Um dos santos mais populares do Brasil e conhecido como casamenteiro, Santo Antônio, é o primeiro a abrir o mês de comemorações no dia 13 de junho, data da sua morte. Santo Antônio que levou a denominação de santo casamenteiro, sobretudo, por ser contra os casamentos arranjados de sua época.
Ajudando mulheres injustiçadas em sua época e também auxiliando na compra de enxovais para mulheres sem condições, o frade, ocasionou atualmente após anos de tradição, inúmeras simpatias vinda de pessoas que carregam consigo o desejo do patrimônio.
A principal simpatia do santo casamenteiro para quem tem o desejo de constituir uma família, é o do copo de água, onde se faz por necessário colocar uma imagem do santo de cabeça para baixo em um copo de água ou cachaça. Pela lei da simpatia, é preciso deixar a imagem mergulhada até o pedido ser atendido.
Eloísa Menezes é uma das pessoas apaixonadas pelo período do mês de junho. Com uma história afetiva, Menezes participa dos festejos desde sua infância:
“As minhas histórias mais marcantes do período junino se deram na participação das festas juninas na minha cidade, onde nos apresentamos em diversos lugares, era uma experiência única e muito gratificante”, conta Menezes.
“Procuro viver essa época Junina com bastante animação e entusiasmo, desde pequena minha mãe me incentivava a participar dos festejos Juninos na minha cidade, na escola e com isso fui pegando o amor ao São João. Pra mim é muito gratificante e emocionante viver toda essa festa que o mês de Junho nos trás”, conclui.
Passando para o dia 24 do mês de junho e pelo período marcado por maiores índices de comemorações, João Batista, ou São João, foi o anunciante da vinda de Jesus e também o homem que o batizou. Diferentemente das maiorias dos santos, João Batista, tem sua data de comemoração estabelecida no dia do seu nascimento.
São João é de grande relevância na sociedade católica, sendo conhecido como o protetor dos casados e dos doentes, e por proteger seus devotos contra dores. Para os praticantes do catolicismo, é tradicionalmente feito uma fogueira no dia do santo. A fogueira foi a forma que Santa Isabel, mãe de São João, encontrou de anunciar o nascimento do menino para Santa Maria, motivando assim, o simbolismo da fogueira no dia do santo.
Sendo conhecido como o santo festeiro e proveniente da comemoração do homem que anunciou a vinda do Messias, São João é a festa de maior expressão no mês de junho, movendo cerca de mais de 26,6 milhões de pessoas e arrecadando R$6 bilhões de pessoas, segundo dados do Ministério do Turismo. O festejo junino carrega consigo toda uma tradição e alegria.
Sendo criada no interior da Bahia, local onde a cultura junina é ainda mais forte, a vestibulanda Ana Júlia Jota, 19, relembra dos momentos vividos desde a sua infância nesse período e a sua devoção.
“A cultura católica aqui no período junino sempre foi muito forte. A nossa paróquia é a São João Batista, o que já torna o mês de junho de imensas comemorações e festejos. A memória afetiva é muito grande, a ponto de até hoje, quando damos início aos festejos da igreja eu me emociono muito!”, admite Ana Júlia.
“Passamos o mês com novenários, leilões, levantada de mastro, alvoradas, procissões e a famosa chegada da bandeira, uma cavalgada para festejar o Divino Espírito Santo e São João Batista’’, conclui.
Sendo criada em uma paróquia de São João Batista, a vestibulanda relata ainda sua devoção: “Eu sou devota do Divino desde pequenininha, consequentemente sempre peço proteção à ele e a São João Batista, mas também já a São Pedro e Santo Antônio’’, afirmou.
Concluindo o mês de festejos juninos no dia 29 de junho, São Pedro foi designado por Jesus como um pescador de homens. Outro momento importante na vida de São Pedro, foi o momento em que Jesus lhe disse: “Eu te darei as chaves do reino dos céus e o que ligares da Terra será ligado nos céus’’, procedendo desse momento, São Pedro carrega consigo uma chave em sua imagem.
O santo padroeiro dos pecadores – por ser um pescador – São Pedro também é conhecido por ter o controle das chuvas e possuir as chaves do céu, o santo seria capaz de fazer chover e cessar os dilúvios, algo que se é visto mais da forma de uma tradição popular. São Pedro também é protetor dos viúvos e dos chaveiros.
Seguindo a mesma linha da data de São João, o dia de São Pedro é comemorado a partir de procissões, missas, novenas, quermesses e fogueiras.
Para a universitária Karen Juliana Melo, 23, a época de festejos juninos traz consigo um sentimento acolhedor.
“Para mim que sou católica e para todos os católicos, essa época de festejos juninos, são mais significativos, porque aqui na Bahia e Nordeste, tem a cultura de comemorar São João, Santo Antônio, São Pedro, mas pra gente também tem os novenários de preparação dos festejos dentro da comunidade”, relata Karen Juliana
“É um sentimento muito acolhedor, porque essa época junina já traz isso, mas pra mim acho que tem um significado maior por ter esse contato muito mais intenso dentro da igreja durante praticamente o mês inteiro”, conclui.
A universitária conta como é a devoção que existe para com os santos dentro da comunidade católica.
‘’Creio que para quem tem a devoção é ainda mais especial e importante, porque nós da igreja católica acreditamos que os santos são uns exemplos para serem seguidos, são as pessoas que viveram, que tiverem a vida voltada para Cristo, em devoção a Cristo, então, são exemplos de santidade que é o que o cristão busca, o que o católico busca’’