Com um acervo com cerca de 20 mil itens, o espaço democratiza o conhecimento e tem inovado, criando Projetos de Leitura
Por Monique Sousa
Revisão: Antônio Netto
Em uma época em que se discute constantemente a relação das pessoas com a leitura, a digitalização de livros e revistas vem crescendo e as bibliotecas, sobretudo a pública, são instituições que, com excelência, mediam e colaboram para que a comunidade tenha acesso à informação. Isso não seria diferente com a Biblioteca de Arte José Pedreira que conta com mais de 20 mil itens para pesquisa.
Fundada em 1931 pelo historiador Francisco Borges de Barros, o seu acervo especializado em arte tem sido muito importante nas atividades de pesquisa desenvolvidas pelo Museu de Arte da Bahia (MAB), além de servir ao público em geral.
Enriquecida constantemente através de doações, contendo a história das artes plásticas, arquitetura, design, fotografia e informações sobre a História da Bahia e do Brasil, fazem com que a biblioteca seja frequentemente procurada por estudantes em suas pesquisas.
Lucia Valois, bibliotecária há mais de 20 anos, conta que os materiais disponíveis são um apoio informacional às atividades de ensino, pesquisa e extensão da instituição e seus usuários.
“Temos um raro e valioso acervo, com cerca de 20 mil itens, entre livros, catálogos de exposições nacionais e estrangeiros, recortes de jornais sobre artes e artistas baianos e brasileiros”, relata Valois.
Localizada nas dependências do Museu de Arte da Bahia (MAB), na Avenida Sete de Setembro. O funcionamento é de segunda a sexta, das 13h às 17h, ou por agendamento através do e-mail: museudeartedabahia.bib@gmail.com.
Biblioteca para quê?
De acordo com uma pesquisa realizada em 2020, pela Organização Social de Cultura, 34 milhões de pessoas frequentam bibliotecas no Brasil. A principal motivação de 51% dessas pessoas para ir à biblioteca é ler livros para pesquisar ou estudar, enquanto 33% buscam leituras por prazer.
Anajuli Guimarães, graduanda em História, conta como é a sua relação com a Biblioteca José Pedreira.
“A biblioteca continua sendo o berço da experiência sensorial para leitor, uma concentração de conhecimentos onde o indivíduo, algumas vezes, pode tocar em obras originais, onde os próprios autores materializaram suas ideias’’, relata Guimarães.
Para Guimarães, muito mais do que um espaço de leitura, a biblioteca é um “local onde se democratiza o saber”. “É onde pessoas que não teriam condições de comprar obras, sejam elas online ou físicas, ou até mesmo para aqueles que não tem acesso a aparelhos eletrônicos, têm a possibilidade de apreciar tais conhecimentos sem pagar por isso”, completa.
Adeus ao silêncio
Para manter viva e funcionando, a Biblioteca de Arte José Pedreira vem se reinventando. O que antes era um espaço para abrigar livros e estantes, passou a ser um ambiente que contempla diferentes perfis de usuários.
“Temos o projeto Leituras do Mundo com palestras mensais, com diversos temas, pesquisadores e palestrantes”, conta Jamile Legalle, responsável pelo processamento de dados da biblioteca, sobre as inovações no espaço.
O projeto Leituras do Mundo, foi criado para o uso orientado do espaço público da biblioteca, a partir do compartilhamento de conhecimentos, recebendo convidados para uma roda de conversa sobre um determinado tema relacionado com o acervo da biblioteca e do museu, entrando em pauta, também, temas atuais e de relevância sociocultural, tendo em vista o poder da arte no processo evolutivo do ser e consequentemente da sociedade.
A Biblioteca de Arte José Pedreira utiliza como ferramenta de divulgação o Instagram do Museu de Arte da Bahia (@museudeartedabia), onde se pode encontrar os temas que serão abordados em suas palestras.