Projeto de apoio às mulheres, ligado à Unifacs, destina máscaras para todas as internas que estão nas unidades prisionais do Estado.
Por Fernanda Bruno*
Na manhã dessa quinta-feira (04), a Rede de Apoio, Fortalecimento, Escuta e Troca de Orientações (Rede Afeto) realiza a doação de 300 máscaras para as mulheres detentas do Estado da Bahia.
A entrega das máscaras acontece na sede da Seap, em Salvador, pelas mãos da coordenadora do projeto e do curso de Serviço Social da Unifacs, Suzana Coelho, do promotor de justiça Edmundo Reis e o Superintendente de Ressocialização do Estado da Bahia, Luís Antônio.
A ação contempla todas as internas, visto que, segundo dados divulgados pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), no dia 07 de maio, a quantidades de mulheres no sistema prisional da Bahia é de 281.
“Essa iniciativa assume grande relevância, porque demonstra o comprometimento de uma instituição de ensino superior com as questões prisionais”, afirma Reis.
Motivação
A ideia da doação surgiu através de uma das lives sobre o sistema prisional mediada pela coordenadora. O Doutor Reis foi um dos participantes e relatou a fragilidade do sistema em relação a oferta de alguns equipamentos para os detentos, como máscaras e álcool em gel.
Com 22 participantes no projeto, a doação foi possível com a colaboração de cada integrante, que, assim, puderam encomendar as máscaras com a marca do programa.
“Vimos a necessidade e a carência de alguns materiais nesse momento do coronavírus e nos mobilizamos para fazer a geração e a doação de 300 máscaras para todas as mulheres que estão nas unidades prisionais do estado da Bahia”, conta Coelho.
“É uma forma de contribuir com esse momento, em que os alunos entendam que é possível contribuir, mesmo em pandemia”, completa.
Suzana Coelho também é a coordenadora do projeto Academia Vai ao Cárcere, realizado com o Ministério Púbico e a Seap, que objetiva aproximar a realidade dos estudantes com o sistema prisional.
Gesto significativo
“Gesto de solidariedade, de amor, carinho, compreensão com o outro. Vivemos em sociedade, as pessoas que são privadas de liberdade não são diferentes, apenas estão, nesse momento, sem o direito de ir e vir”, declara Doutor Luís Antônio sobre a significância do ato.
“É muito importante quando esse gesto sai de uma academia, de uma universidade ou de uma faculdade, porque demonstra que, naquele espaço, o sistema penal está sendo discutido, pensado”, explica o doutor.
“Ações podem ser implementadas a partir desse gesto, incentivando outras pessoas através dessa ação”, conclui.
*Sob supervisão de Antonio Netto, Professor de Jornalismo da UNIFACS e Coordenador da AVERA.