Comandado pela professora Kátia Borges, grupo de jornalistas debatem o impacto do isolamento social, proliferação das “fake news” e o ressignificar da profissão
Por Marina Araújo
Revisão: Catharina Dourado
Professora da Unifacs, Kátia Borges comanda um bate-papo em live com os jornalistas Ana Lívia Lopes, Catarina Guedes e Nilson Galvão. Juntos, debatem as mudanças e efeitos da pandemia do coronavírus no Jornalismo.
Para Borges, a atual situação pode ser definida como “tempos interessantes” e questiona o que era tido como “normal” na atividade jornalística, como a necessidade de ir à rua. “Vamos sujar os sapatos usando máscaras”, reflete Catarina Guedes.
Na discussão, os jornalistas colocam em pauta o processo de quebra dos pequenos jornais diante do cenário de pandemia. Guedes crê que os jornais “não irão acabar, mas, sem dúvidas, terão que se ressignificar”.
“Tudo é um ciclo. Talvez a solução seja transpor o veículo para o meio digital, evoluindo”, complementa Lopes, criando um paralelo com a volta da moda dos discos de vinil, que havia decaído décadas atrás.
Para Galvão, a solução é “liberar o polo de emissão”. “Todos podem entregar notícias, mas não é tão simples assim, tem que se diferenciar os veículos”, alerta Galvão.
Combate às fake news
Na live, o quarteto também fala das consequências da fake news durante a pandemia. “A fake news no Brasil virou uma brincadeira. Estamos com muita demanda. É como se o mundo inteiro quisesse informação e batesse em sua porta, dando ainda mais brecha”, fala Lopes.
“O público está sendo confrontado com a desconfiança do jornalismo, que vem solidificando o uso de fake news”, completa Guedes.
Os jornalistas se preocupam com a influência do próprio Governo na disseminação desse conteúdo e ainda comentam sobre o “cala a boca” mandado à um jornalista pelo presidente Jair Bolsonaro, na terça-feira (05).
“Com o avanço da extrema direita, o jornalismo está sobre ataque”, completa Borges.
Unifacs Lives
Durante o isolamento social, a Unifacs está realizando uma série de transmissões ao vivo, chamada de Unifacs Lives, com professores e especialistas, nos diversos segmentos e áreas, para fornecer conteúdos educacionais e de entretenimento ao corpo acadêmico.
Sobre os profissionais
Kátia Borges é doutora em Literatura e Cultura (UFBA) e autora de diversos livros: Traversée d’Océans – Voix poétiques de Bretagne et de Bahia (Éditions Lanore, 2012), Autores Baianos, um Panorama (P55, 2013) e na Mini-Anthology of Brazilian Poetry (Placitas: Malpais Rewiew, 2013).
Escreve crônicas semanais no Jornal Correio desde agosto de 2018, além de lecionar no curso de Jornalismo da Universidade Salvador (Unifacs), na Escola de Ciências Sociais Aplicadas, Educação, Artes e Humanidades (HECSA).
Catarina Guedes é jornalista e escritora graduada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), tem NBA em Mídia e Aplicação Integrada pela Faculdade Ruy Barbosa e é especialista em Marketing para o Agronegócio pela Escola Superior de Propagando e Marketing (ESPM). Trabalhou em redações diversas, em televisão, rádio e jornal. Atuou como freelancer em sites e foi Assessora de Imprensa na Secretaria de Agricultura da Bahia.
Residente em São Paulo, lançou o romance “Isadora, sua camisola La Perla e a BR”, em 2018 e a continuação deste “Sobre Poeira e Sol e uma certa calça floral”.
Nilson Galvão é jornalista formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista e Mestre em Comunicação e Política. Trabalhou em diversos veículos da mídia baiana como jornal Correio, iBahia, Jornal da Bahia e TVE. Atuou também em assessoria de imprensa no setor privado e público. Também é poeta e publicou os livros “Caixa Preta”, em 2009; “Ocidente”, 2013; “O espiritismo segundo os lúdicos, 2019.
Ana Lívia Lopes é formada em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desde 2015 é assessora especial da Secretaria de Comunicação do Estado.