Por Matheus Pastori
Editor da AVERA
Foto: Reprodução / Instagram
*Este é um texto de opinião, em que as posições expressas são de responsabilidade exclusiva de seu autor(a).
Os jornalistas Matheus Ribeiro, de Goiás, e Larissa Pereira, da Paraíba, foram os dois âncoras representantes de seus estados na edição deste sábado (9) do Jornal Nacional, na Rede Globo.
A participação especial dos apresentadores faz parte do projeto que comemora os cinquenta anos do telejornal.
Matheus e Larissa, no entanto, são dignos de nota não apenas pela oportunidade de apresentar o noticiário televiso mais importante do país, mas por, também, personificarem a quebra de tabus históricos dentro da televisão e do jornalismo brasileiro.
Foram, até agora, o ápice da representação do quanto, afinal, avançamos nestas cinco décadas.
É que pouco menos de um mês antes de sentar à bancada do JN, Matheus Ribeiro assumiu publicamente, através das redes sociais, ser homossexual.
Âncora do horário nobre goianiense, a atitude do jornalista o fez ser o primeiro apresentador assumidamente gay a substituir William Bonner na posição de maior prestígio do telejornalismo nacional.
Também âncora do noticiário noturno da TV Cabo Branco, o sotaque forte e gostoso de Larissa Pereira ressoou, elegantemente, pelo JN.
A cada “D” e “T” marcados, e tão típicos do nosso Nordeste, a paraibana desfazia explicitamente, diante de milhões, a convenção da “locução neutra”, até hoje ensinada nas faculdades de Jornalismo.
Estratégia de Marketing? Sim, não há dúvida.
Mas fato é que o antes impensável casal fez história, com a naturalidade que beirava o casualismo. Durante aqueles pouco mais de cinquenta minutos, ambos abriram importantes portas.
E mentes!