Por: Guilherme Rubini
O tabagismo, atualmente, é a principal causa de morte evitável do mundo, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa doença também afeta as pessoas que não
fumam e convivem com fumantes. No Brasil, nos últimos 13 anos, de acordo com uma
pesquisa feita pelo Ministério da Saúde em 2017, o hábito de fumar teve uma redução de
36% da população, colocando o país em oitavo lugar no ranking de fumantes do mundo,
tendo cerca de 20 milhões de fumantes. Nesse grande número, se encontra a faixa etária
de pessoas com 18 a 24 anos, majoritariamente universitários.
A imagem de fruto proibido do cigarro estimula o desejo do jovem de transgredir e o seu
desejo de se afirmar como adulto e de se afirmar no grupo. A experimentação está
associada à busca da identidade, à introdução em um novo novo meio social com novas
relações e novos comportamentos. “Isso vem junto com situações da própria adolescência,
com alterações biológicas e instabilidade psicossocial, como ansiedade e estresse,
tornando o universitário vulnerável ao tabagismo”, relata a psicóloga Ana Luiza Coelho.
A indústria também tem um grande papel na disseminação do cigarro, promovendo
propagandas e outras estratégias de marketing que associam o ato de fumar ao rito de
passagem para o mundo adulto. Embora a propaganda de cigarros seja proibida nos meios
de comunicação, ela aparece em seriados, filmes, jogos eletrônicos e nas mídias da
internet.
O meio universitário, em contrapartida da situação do país, tem sido um ambiente propício
para o começo ou aumento crescente de consumo do tabaco. Para o estudante Alex
Giovanni (20), fumante há dois anos, a entrada na universidade foi significativa para o
aumento do seu consumo.
“Desde que entrei na faculdade, em 2018, o meu uso de cigarro aumentou gradativamente
com o estresse e com a pressão psicológica que nela envolve”
Já para Rafael Rocha (23), estudante de publicidade, fumante antes de ingressar na
faculdade, porém com menor intensidade e menor frequência, o aumento do seu consumo
relaciona-se com a grande quantidade* de pressão e de muitas responsabilidades e, para
ele, precisa descontar o estresse em alguma coisa, como consequência do vício.
“Já que é proibido fumar em locais fechados, quando estou em locais abertos, acendo um
cigarro”
A pandemia do tabagismo, a qual se inicia como uma doença pediátrica, pois 80% dos
fumantes começam a fumar antes dos 18 anos, na adolescência, alcança efeitos
prejudiciais em curto, médio e longo prazo e se consolida como uma doença crônica e
recorrente. No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 20% dos fumantes
começaram a fumar antes dos 15 anos. A doença é responsável por muitos cânceres, como
a leucemia mielóide aguda, câncer de bexiga, câncer de fígado, câncer de pulmão, câncer
de estômago, entre outros.
428 pessoas morrem por dia devido à dependência a nicotina no país. Desde de 1986, vem
sendo articulado pelo Ministério da Saúde, através do INCA, o Programa Nacional de
Controle do Tabagismo (PNCT), que tem como objetivo reduzir o número de fumantes e a
consequente morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados de tabaco. O Sistema
Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para fumantes. São oferecidos para a
população: adesivos, pastilhas, gomas de mascar como terapia de reposição de nicotina e
medicamentos como bupropiona.
Tirou a minha duvida, parabens pelo artigo, me ajudou
muito.