O Centro de Serviços ao Migrante, projeto de extensão da instituição, promove juntamente com a Segurança Pública da Bahia evento de capacitação policial.
Por: Cristian Pereira
Revisão: Antônio Netto
Com o aumento do número de imigrantes no país e visando a melhor conscientização policial sobre este público, a Universidade Salvador (Unifacs) se une à Secretária de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) na capacitação da força policial com foco na questão migratória.
A Unifacs sediou o evento ‘’Atuação das Forças de Segurança Pública Junto aos Imigrantes na Bahia’’, com o intuito de melhorar a abordagem e consciência policial sobre esse assunto, realizada no dia 30 de setembro.
O evento foi realizado pela SSP-BA, por intermédio da Superintendência de Prevenção à Violência (SPREV) e apoio da Unifacs e do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
O encontro teve a presença da Polícia Militar e Civil, em conjunto com a Guarda Municipal Baiana, que participaram de diversas palestras com o foco na educação das forças baianas para lidarem melhor com o assunto.
Entre os convidados, o delegado Leonardo Rodrigues, da Delegacia de Migração (Delemig) explicou para as forças policias presentes o papel da Polícia Federal com os refugiados.
Rodrigues explicou os direitos e deveres dos imigrantes de acordo com as leis brasileiras e destacou questões importantes sobre a regularização e documentação deste público.
Em sua fala, o delegado expressou ainda o importante papel da atuação das Polícias Militar e Civil no contexto dos refugiados.
No evento também esteve presente a Major Denice Santiago, que foi nomeada para o cargo de Superintende de Prevenção à Violência da Secretaria da Segurança Pública da Bahia.
Camila Sombra, membro da Acnur, foi responsável por apresentar dados sobre a imigração no país e, em sua fala, procurou desmitificar preconceitos com o público imigrante e explicar as diferenças das diversas situações dos refugiados.
‘’O evento é super importante no sentido de informação aos oficiais da Policia Militar, sobre quem são as pessoas refugiadas, onde eles estão, o seu perfil e direitos, e as instituições de apoio”, explica a membro da Acnur.
Para Sombra, a democratização da informação é fundamental para saber onde encontrar essas pessoas e o apoio necessário para ampará-las.
‘’A minha fala é justamente nesse sentido de capacitação sobre o contexto mais abrangente, o contexto global e nacional da situação das pessoas refugiadas”, completa Sombra.
Centro de Serviço aos Migrante
A Unifacs conta com o Centro de Serviços ao Migrante (CSM), projeto de extensão responsável por apoiar os imigrantes e refugiados no processo de documentação, aulas de português e outras ações de auxílio.
A aluna de Relações Internacionais da Unifacs, Priscila Lantyer, que atua no CSM, explica que o Centro possui três setores de assistência:
“O jurídico, que auxilia na regularização migratória. O setor de cidadania, que trabalha na conscientização social para o acolhimento do migrante em Salvador e também na captação de recursos. E o setor de educação, que promove aulas com foco no ensino e aprendizagem da língua portuguesa, com o objetivo de desenvolver as habilidades e competências ligadas à comunicação e socialização no país”.
Para a estudante, o trabalho realizado pelo CSM dentro da Universidade tem sido “fundamental para a integração de migrantes e refugiados na cidade de Salvador e região metropolitana”.
Lantyer destaca que, para os alunos da instituição, as atividade no CMS agregam tanto no quesito profissional, mas também humano, dos voluntários que participam das ações.
“Agrega na minha experiência pessoal, fortalecendo a minha crença sobre a importância do diálogo com todos os setores da sociedade, na propagação do conhecimento e na luta pelos direitos humanos”, completa a estudante.
Universidade e o espaço de cidadania
A Unifacs se destaca por abrigar eventos e palestras voltados à conscientização sobre os migrantes e refugiados.
A professora Rafaela Ludolf, do curso de Relações Internacionais e responsável pelo CMS, destaca a importância da universidade em ceder espaços para os debates.
“O ambiente acadêmico tem um papel fundamental em dar visibilidade para esse problema, que tem sido tratado como algo invisível e, por ser invisibilizado, não tem sido pensado soluções pra ele”, conta Ludolf.
Para a coordenadora, a universidade tem um importante papel na sociedade civil. “Se torna bastante simbólico essa ação, por conta da nossa posição, enquanto pioneiros, enquanto motivadores dessa discussão. É parte do que se entende do que uma universidade deve ser”, completa.
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