O segundo ato é marcado pela retrospectiva dos trabalhos do artista baiano como designer, cenógrafo, figurinista e produtor
Por Evelyn da Paixão
Revisão: Felipe Lessa
Nesta terça-feira (13), o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) vinculado ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), inaugura o segundo ato da exposição ‘Uanga’ em celebração ao aniversário de 75 anos de Jota Cunha.
“Quando você faz 75 anos, indica que você trabalhou no mínimo 60 anos com desafios e tentativas de afirmar sua linguagem artística, porque não é fácil ser artista, é uma área que a sociedade não aceita com plenitude. Então, para mim esse momento significa vencer”, declara Cunha.
Jota Cunha também relata o processo das obras que foram produzidas especialmente para essa etapa.
“São trabalhos com maior maturidade, é um procedimento com conhecimento. Algumas ideias ainda estão sendo produzidas, porque estou representando uma espécie de residência no MAM-BA, por isso estou aproveitando formas e efeitos de alguns lugares para transformar em obras”, explica o artista.
Enquanto o primeiro ato contou com pinturas e artefatos no térreo do Casarão, o segundo ato é exibido no térreo e no andar superior com cartazes, figurinos, cenários de espetáculos, documentos, fotografias, estamparias e outros itens.
Durante a inauguração, o público também teve acesso às intervenções do artista nas áreas externas do museu e a vernissage com atração musical e comidas típicas do São João.
A produtora cultural Maria Eduarda Gama acompanha as novidades das exposições por meio das redes sociais do museu e é uma frequentadora assídua do espaço.
“Estive presente desde a primeira etapa, e já nessa segunda etapa podemos ver a multiplicidade dos trabalhos realizados por ele e a sua diversidade enquanto multiartista”, conta Maria Eduarda.
“É possível notar uma maturação dos principais temas relacionados às suas obras e a presença das referências indígenas, afro-baianas e sertanejas ainda mais visíveis. Também é interessante notar a constância da sua produção ao longo dos anos, a pluralidade de diferentes tipos de obras e a sua relevância e presença no cenário cultural e artístico baiano através de colaborações com outros artistas”, completa a produtora.
A exposição ‘Uanga’ compõe o Programa de Processos Compartilhados, no qual foi dividida em três etapas que se complementam. As três etapas retratam a trajetória da carreira e origem afro-indígena-sertaneja de Jota Cunha.
João Vitor Guimarães, mediador cultural do MAM-BA, acredita que o público pode desfrutar das interatividades das obras de arte disponíveis e conhecer mais da dimensão artística de Jota Cunha.
“Minha expectativa é que finalmente as pessoas possam interagir com as obras, né? É algo que as pessoas buscam incessantemente ao longo das visitações. Durante essa segunda etapa da exposição, acho que as pessoas podem perceber como o trabalho artístico é facetado, porque quando um cenógrafo elabora o seu trabalho, ele condiciona ao diretor, dramaturgo, elenco, espaço, às vezes coreógrafa, músico. Então, não é uma criação solitária e isso consolida a ideia de que um artista pode executar o seu ofício de várias formas”, relata João.
Horário de funcionamento
A exposição ficará gratuitamente aberta para o público de terça a domingo, das 10h às 18h, até o final do mês de julho.