Conheça a história e atuação do maior hospital referência em doenças infectocontagiosas do Brasil
Por Gabriela Domingos
Revisão: Edinólia Peixinho
No dia 9 de abril de 2023, o Instituto Couto Maia (ICOM) completou 170 anos de uma trajetória de serviços prestados às pessoas portadoras de doenças infectocontagiosas. Inicialmente com a denominação de Hospício dos Bentos em Mont-Serrat, em 1852, o hospital foi fundado oficialmente em 1853, como Hospital de Isolamento de Mont-Serrat.
Em 1936, passou a chamar-se Hospital Couto Maia, em reconhecimento ao Dr. Augusto de Couto Maia, diretor da instituição que durante 30 anos, dedicou-se com eficiência aos serviços pertinentes.
Atualmente, o ICOM é a união de duas instituições: Hospital Couto Maia e o Hospital Dom Rodrigo Menezes, oriundo do Hospital São Cristóvão dos Lázaros, onde pessoas com Lepra eram assistidas. Em 2012, o então Governador Jaques Vagner deliberou sobre união desses hospitais para a criação do Instituto.
“Além da assistência hospitalar, nós temos também uma vertente de ensino, pesquisa e extensão. Então tendo essas três atividades ele deixa de ser hospital e passa a ser Instituto”, relata Cristina Celestino, Diretora Geral do Instituto Couto Maia, sobre o trabalho realizado hoje no local.
Desde julho de 2018, o Instituto oferece 130 leitos, e as instalações possuem equipamentos e estrutura em absoluto acordo com as necessidades dos pacientes.
Durante a pandemia no ano de 2020, o Couto Maia foi mais uma vez pioneiro no combate ao vírus. Os pacientes com outras doenças infectocontagiosas foram transferidos para os demais hospitais de Salvador e todo o seu atendimento passou a ser exclusivamente voltado para o tratamento da Covid-19.
“Antes da pandemia, o hospital contava com 10 leitos de UTI adulto e 10 de UTI pediátrico e durante a pandemia ficamos com 188 leitos, sendo 89 leitos de UTI”, declara Celestino.
Ela também relata que o Instituto foi modificado por inteiro para se adequar às exigências estruturais que o estado da pandemia da COVID19 necessitava, como revisão da rede de gás, da parte elétrica e hidráulica. Além disso, para um melhor atendimento aos pacientes, houve necessidade de se aumentar o número de funcionários em seus variados níveis de atuação.
A unidade atende pacientes portadores de doenças infectocontagiosas: Meningite, Leptospirose, Sarampo, Raiva, Dengue, entre outras. Porém, a diretora do Instituto revelou que a enfermidade de maior prevalência hoje é o HIV, por ser uma doença ainda muito negligenciada, e que o público predominante é composto por pessoas em vulnerabilidade social, como os moradores de rua e, também, o grupo transexual.
Gerido por meio de uma parceria público-privada em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde, o ICOM atende todo o público que necessita do SUS.
A parte da saúde é custeada pelo estado e a parte não médica, como alimentação, manutenção dos equipamentos, engenharia clínica, segurança patrimonial, entre outras, é privada.
O Instituto também oferece especialização sob a forma de residência na área de medicina. “A residência médica este ano vai completar trinta anos. A partir daí, estamos tramitando para fazer residência nas outras áreas assistenciais como enfermagem, psicologia, serviço social, nutrição e fisioterapia”, assinala Cristina Celestino.