Durante transmissão ao vivo, o administrador Mário Rafael Chaves fala sobre o controle das finanças, educação financeira e fundo de reserva
Por Elias Pereira
Revisão: João Greco
“Educação Financeira em tempos de pandemia: desafios e possibilidades” foi tema de transmissão ao vivo, que aconteceu na noite desta quinta-feira (4). A assistente social Dinsjani Pereira foi a mediadora do bate papo com o administrador e professor Mário Rafael Chaves.
De acordo com Chaves, no Brasil, existem 38 milhões de trabalhadores no mercado informal. 95% desses trabalhadores não têm um fundo de reserva para lidar com a queda brusca de renda. Para isso, é necessário, inicialmente, “cortar na carne”.
“É necessário que as pessoas tenham a consciência que não precisam ter mais gasto. Em um momento como esse é importante ter um consumo consciente”, declara Chaves. “Se nossa cultura só pensa em gastar, vai chegar um momento que vai ficar devendo e sem conseguir honrar as suas dívidas”, completa.
Durante a transmissão, Chaves também ressalta a diferença entre educação financeira e finança pessoal. “Não são a mesma coisa. Finança pessoal nós temos e educação financeira precisa ser adquirida”, explica.
Nesse momento de pandemia, em que muitas pessoas perderam seus empregos ou tiveram uma grande queda na fontes de renda, o administrador alerta que, mais do que nunca, é preciso apostar na educação financeira, inclusive renegociando contratos com bancos e instituições, para evitar o endividamento.
Consumo consciente
O administrador alerta que é importante ter consciência do que se ganha por mês e ter uma lista de prioridades: o que é supérfluo e o que é essencial.
Chaves pontua que é preciso fazer uma análise da atual situação financeira e viver com base no que ganha, evitando a vida de “blogueirinha” , fazendo uma analogia ao mundo de viver de imagem fantasiosa das redes sociais, caso a situação seja mais restrita.
“Educação é também dizer ‘não, não tenho esse dinheiro’”, explica Chaves. “Não tente fazer o que você não tem condições de fazer. O planejamento financeiro pode ser mudado, não é algo engessado”, conclui.
Dinheiro para o futuro
Para Chaves, caso seja possível, é importante tentar reservar algum percentual do salário mensal que possa garantir um conforto financeiro no futuro, apesar da porcentagem não ser específica.
“Quando falei em cortar gasto, você vai ter que reservar, de fato, uma parcela do salário, independente da pequena economia. Achou algo muito barato? Esqueça a parcela do seu salário reservado para a economia”, destaca.
O professor afirma que o fundo de reserva é extremamente útil para se manter em momentos de crise e ressalta a importância de guardar bem o dinheiro que pretende acumular.
“O fundo de reserva é o dinheiro do seu futuro, pode ser o Papa que te peça esse dinheiro, mas não posso tirar”, declara.
Criação de metas
Chaves finaliza a transmissão relembrando a importância de se fazer um planejamento financeiro, pode ser mudado. Para isso, deu algumas dicas necessárias para a educação financeira:
– Quando comprar pela internet, observe se a loja oferece cashback (dinheiro de volta);
– Tenha responsabilidade e cumpra o que você se comprometeu;
– Busque novas formas de renda extra, tente parar de comprar e comece a vender;
– Evite comprar em cartão de crédito e sempre peça desconto nas compras.
– Dinheiro guardado em poupança rende, mas muito pouco. Existem outras opções de investimento, alguns mais seguros e outros com maior risco.