Exposição que acontece nesta quarta, 25, promove a adoção de animais menosprezados
Por Camilly Paschoal
Revisão: Carolina Pena
25 de maio é o Dia Nacional da Adoção. Embora o número de adoções tenha aumento durante a pandemia, segundo a Comissão de Animais de Companhia (Comac), muitos bichinhos ainda são ignorados por sua idade ou capacidade física. Em vista disso, o abrigo Aumigos promove, hoje, a Feira de Adoção para Pets Especiais – “Amor sem limites”, na Estação Nova Lapa.
A instituição luta para oferecer novas moradias a estes pets, que costumam receber menos atenção de possíveis famílias adotivas durante feiras convencionais. Segundo um representante da instituição, “adultos só tem chances se forem de raça. Idosos ou especiais, na maioria das vezes, terminam sempre no abrigo”.
De acordo com a Associação das Mulheres Protetoras dos Animais Rejeitados e Abandonados (Ampara), em média 70% dos pets adotados são filhotes. Apesar dos números desanimadores, o colaborador do Aumigos é otimista: “quem sabe tenhamos boas notícias da feira!”.
Foi o caso de Sortudo, um cão de apenas duas patas adotado durante uma feira do Abrigo São Francisco de Assis (ABPA) no último dia 17. Carlos Silvestre, funcionário do ABPA, conta que gatos e cachorros de idade avançada ou menos capacitados têm público fiel na capital baiana.
Ainda assim, Silvestre acredita que, geralmente, as pessoas optam por filhotes pela adaptabilidade. “Você conseguir domesticar do seu jeito. Você vai ensinar a ele se pode ou não subir em cima da sua cama, do seu sofá”, diz.
Sorte grande
“Tenho seis animais adotados. Adotar sempre é bom, e vai trazer uma nova alegria pra sua vida” conta Laura Borges, futura médica veterinária. A estudante reitera que conhece “várias pessoas que também adotaram, e nenhuma se arrependeu. Quando se tem amor, fica fácil”.
Na escolha dos pets adotivos, Borges foi contrária à onda de preconceito contra gatos pretos e decidiu acolher dois. A superstição de que cruzar com um deles é sinal de má sorte vem da Idade Média, mas continua ecoando no imaginário popular.
O impacto dessa narrativa se revela nos dados da Catland, ONG brasileira especializada no resgate e adoção de gatos: dos 300 animais atualmente à espera de um lar, cerca de 60% têm o pelo escuro.
Felizmente, Silvestre relata que esse tipo de discriminação também perdeu a frequência nas feiras promovidas pela ABPA: “nós temos vários gatinhos pretos que são sempre adotados”.
Como adotar
Para adotar, é preciso ser maior de 18 anos e ter renda própria. Se o(a) interessado(a) se encaixa nesses requisitos, uma inspeção deve ser feita para avaliar se o animal está sendo bem tratado. No caso da adoção de gatos, por exemplo, é verificado se as telas estão devidamente instaladas nas janelas dos apartamentos, a fim de garantir a segurança do bicho.
É fundamental que o futuro dono esteja disposto a oferecer o melhor tratamento possível. “O que adianta você ter um cachorro em casa e não ter cuidado? O animal tem que ser igual a uma criança, tem que dar muito carinho, dedicação”, ressalta Silvestre.
Se acolher um bichinho em casa é inviável, mas ainda exista a vontade de ajudar, os funcionários da ABPA ratificam que voluntários são sempre bem-vindos. Para saber como se voluntariar, é preciso ficar de olho nas redes sociais da entidade.
Borges afirma que “adotar é uma escolha. Não gostar também é uma escolha. O que não pode acontecer é cometer atos de maus tratos contra o animal, isso é um absurdo”.
Feira de Adoção Pets Especiais – Amor sem limites
Onde: Estação Nova Lapa
Quando: 25 de maio, das 10h às 15h