No Brasil, mais de 12 milhões de pessoas sofrem com dores reumáticas, que sem tratamento prévio podem levar a incapacidade laboral
Por Alexandre Tito
Revisado por: Matheus Souza
Reumatismo é conjunto de enfermidades que provoca dores e afeta o sistema locomotor, acometendo articulações, ossos, tendões e músculos, além do sistema imunológico.
Com o intuito de alertar e conscientizar a população a respeito dos impactos destas doenças, foi instituído em 12 de outubro de 1996, pela Arthritis and Rheumatism International (ARI), o Dia Mundial das Doenças Reumáticas, nacionalmente comemorado no dia 30 do mesmo mês.
No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as doenças reumáticas atingem cerca de 12 milhões de pessoas.
Entre as principais enfermidades classificadas como doenças reumáticas, fortemente ligadas a dores intensas e agudas nos músculos e cartilagens, estão a: artrite reumatoide, osteoporose, raquialgias, artropatias microcristalinas.
As doenças reumáticas são causadas, geralmente, por fatores genéticos, porém, há outros aspectos que as podem desencadeá-las; como o hábito de fumar, exposição a poluentes e até por infecções virais.
Apesar de serem doenças também associadas ao envelhecimento, não são raros os casos de pessoas que na juventude já convivem com esses tipos de enfermidades.
É o caso da aluna de Jornalismo da Universidade Católica de Salvador, Sandra Mercês, atualmente com 21 anos, que apresentou os primeiros sintomas por volta dos 10 anos.
“Eu apresentei os sintomas depois de uma sequência de doenças, como dengue e anemia. Sentia muitas dores, principalmente, à noite, ou até mesmo quando estou em um ambiente com temperaturas altas”, relata Mercês.
A doença está interligada a 200 patologias de inflamações, também podendo atingir órgãos internos, como coração e rins. Os problemas reumatológicos apresentam sintomas de fácil percepção, como afirma a Dra. Maria Figueroa, especialista em reumatologia.
“Além da questão articular, a dor inflamatória, que é aquela dor que piora em repouso, que tem edema, que tem também inchaço nas articulações; lesões cutâneas; pele mais avermelhada; queda de cabelo. Também olho seco, boca seca; fraqueza muscular”, afirma a médica.
A estudante de jornalismo conta ainda que, no seu caso, as crises são momentâneas, mas que convive com o reumatismo há anos.
“Tudo pode acontecer, no meu caso acontece nas articulações. Já aconteceu de eu estar trabalhando e do nada eu sentir fortes dores, na praia e passar uma corrente fria e sentir essas pontadas agudas”, relata Mercês.
Segundo o Datasus, só no Brasil, entre setembro de 2019 a agosto de 2020 foram contabilizadas mais de 40 mil hospitalizações de pessoas que possuíam sintomas compatíveis com alguma enfermidade reumática.
Segundo a Dra. Figueroa, mulheres são mais acometidas das doenças reumáticas.
“A maioria das Doenças Reumáticas são mais comuns entre mulheres, principalmente em mulheres jovens, na idade reprodutiva e tem a ver com a influência hormonal também. Os hormônios, os estrogênios podem favorecer, fazem parte da fisiopatologia de algumas doenças autoimunes, que acometem mais mulheres jovens”, relata a médica.
De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Reumatologia caso não sejam tratadas, as enfermidades podem causar uma série de limitações e levar à incapacidade física, em casos mais graves, pode provocar o afastamento do trabalho e a aposentadoria precoce.
Além disso, Dra. Maria Figueroa reforça dos cuidados diários com o bem estar. Uma maneira de reavaliar os hábitos para que as pessoas não desenvolver as doenças reumáticas precocemente.
“Independente de doença reumática, qualquer paciente deve levar um estilo de vida saudável. Praticar atividade física, ter hábitos saudáveis, não fumar, não beber. Na reumatologia, o melhor é ter um diagnóstico precoce. Então, se está vendo alguma coisa diferente, deve-se procurar um reumatologista”, recomenda a médica.