Mulheres relatam sua experiência de cura e a importância do autoexame e diagnóstico
Por Caroline Xavier
Revisado por: Marco Dias
O mês de outubro se tornou o de maior visibilidade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. O período destaca a importância do autocuidado, da informação sobre os sintomas e da atenção às mudanças que podem ocorrer na mama.
Ainda que o câncer de mama também possa acometer os homens, é mais incidente na população feminina. Não é preciso esperar chegar até o mês da campanha para se cuidar, podem detectar alterações no corpo através do autoexame da mama.
Se diagnosticado precocemente, é possível garantir um tratamento mais eficaz e as chances de cura chegam a 90%. Por esta razão, é essencial que as mulheres, principalmente com histórico familiar, realizem o rastreamento o quanto antes.
O Outubro Rosa foi criado em 1990, com o objetivo de alertar mulheres para prevenção do câncer de mama, considerada a primeira causa de mortalidade para o gênero.
A nutricionista Diana Almeida conta como descobriu o câncer na época, quando tinha 27 anos: “Senti um nódulo ao me tocar por acaso, fiz ultrassom, ressonância e depois core biópsia, que detectou um carcinoma ductal infiltrante triplo negativo”.
O Ministério da Saúde recomenda que mulheres com alto risco, ou seja, que tiveram mães, irmãs, tias, avós com a doença, devem realizar a mamografia após os 35 anos.
Já as mulheres que não tiveram nenhum caso, sintomas de nódulos ou anormalidades na mama, devem realizar a partir dos 50 anos, a cada dois anos, para manter o rastreamento.
Sem uma causa única, o câncer de mama pode ser desenvolvido por diversos motivos, tais como idade, fatores genéticos ou endócrinos, história reprodutiva, fatores comportamentais e ambientais, o câncer de mama inicial é assintomático, porém com a possibilidade de cura.
Prevenção
Apesar de todos os tratamentos, medicamentos e acompanhamentos é possível se prevenir, mudando alguns hábitos, a partir da infância, com a vacinação contra o HPV e Hepatite C.
Além disso, de acordo com recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), é fundamental evitar a ingestão de bebidas alcoólicas em grandes quantidades, manter uma alimentação saudável, estar dentro do peso corporal adequado para a idade, de acordo com OMS. Atividade física também é um aliado que reduzirá o processo inflamatório.
De acordo com a nutricionista Daniela Xavier, uma alimentação rica em verduras, legumes, cereais, gorduras ricas em Ômega 3, boa hidratação, oleaginosas são ricos em antioxidantes que podem proteger ou reduzir o nosso corpo dos efeitos danosos causados pelo câncer.
“A suplementação do Ômega 3 para pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico tem diminuído consideravelmente o tamanho do tumor primário e reduzido a proliferação de células tumorais. Alguns dos alimentos como peixe de águas frias, oleaginosas, leguminosas, folhas verdes escuras dentre outros, são umas das fontes de gordura boa”, complementa Xavier.
Com esses hábitos e a atenção redobrada no seu corpo, Diana Almeida conseguiu vencer o câncer. “Um conselho que dou para todas as mulheres é: se cuide, se toquem, procurem ajuda profissional, a saúde nunca se deixa para depois, o câncer tem cura”, finaliza.
De acordo com a Dra. Ana Cláudia Imbassay, médica diretora do Hospital Aristides Maltez, buscar por informações, além da ajuda de um profissional é indispensável. “Procuramos quebrar os mitos com relação à doença e ao tratamento e o mais importante, facilitar o acesso ao diagnóstico precoce e ao início do tratamento, mas esse alerta deve ser feito durante todo o ano”, explica Dra. Imbassay.
Cenário Baiano
Em Salvador, o Hospital Aristides Maltez, instituição filantrópica conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS), é especializado no tratamento desse tipo de câncer.
“Por sermos essa referência, a campanha nos traz maior visibilidade. Nesse mês do outubro Rosa, o hospital fica iluminado de rosa e várias ações são promovidas, algumas já executadas, em destaque o curso de atualização em detecção precoce e o mutirão de atendimentos em mastologia”, relata Dra. Imbassay.
Funcionando há mais de 70 anos em Salvador, o hospital atende não somente pacientes da capital, mas também do interior do estado, contando uma estrutura para pacientes com câncer de mama, mas também de outras partes do corpo também.
Com 255 leitos e mais de 200 profissionais de saúde especializados, o hospital recebe por dia, em média, 3.500 pessoas de todas as idades.