Com projeto de baixo custo e sustentável, o produto tem sido utilizado no combate ao coronavírus na construção civil
Por Luiza Novaes*
O estudante Rafael Silva, do curso de Engenharia Civil da Unifacs de Feira de Santana, desenvolveu um produto ecológico para facilitar o uso do álcool em gel em canteiros de obras.
A ideia é encontrar uma solução rápida e prática de proteção, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para setores que não pararam suas funções em meio à pandemia do coronavírus, como a construção civil.
O piloto do dispenser, montado por Silva, é de baixo custo e sustentável, já que o material vem de reaproveitamentos da própria obra onde estagia. Feito de tubos de PVC, joelhos de hidráulica e conexões, o equipamento é acionado com o pé, para evitar o contato com as mãos, já que, se contaminadas, podem facilitar o contágio pelo vírus.
De acordo com Silva, os colaboradores se atentam ainda mais ao uso do álcool em gel depois da instalação do dispenser no canteiro de obra. “Este modelo está presente em todas as nossas obras atualmente. Foi possível verificar que um maior número de pessoas estavam fazendo uso em vista de uma maior proteção“, explica o estudante.
A solicitação dos supervisores dos canteiro de obras para que o estudante reproduzisse o equipamento em outros pontos provocou o desenvolvimento novos outros modelos, com custos ainda mais baixo e com uso de outros materiais, como madeira.
“Hoje a CDL [Câmara de Dirigentes Lojistas] de Feira de Santana, junto com outras instituições, já utilizam este equipamento em suas extensões públicas e privadas“, informa Silva.
Projeto de extensão
O dispenser de álcool em gel com pedal foi desenvolvido com a supervisão do projeto de extensão Reciclagem e Correto Descarte de Matérias – Ecofacs, que é coordenado pelo professor Nestor Gálvez Ronceros, mestre na área de Petróleo e Energia.
Segundo o professor, o desafio sugerido pelo projeto era que os alunos produzissem, dentro da conjuntura atual, algum equipamento, alguma proposta, aplicativo ou metodologia para ajudar no cenário da pandemia.
“Então eu, como se diz, botei o bichinho – a pulga – atrás da orelha dos alunos para que eles mesmos consigam elaborar algum projeto“, brinca Ronceros.
Silva conta que o projeto de extensão foi “como um telescópio”, que o “fez enxergar novos caminhos, novos mundos e novas possibilidades”. Para que isso fosse possível, o projeto precisa de um bom instrutor que auxilie a caminhada dos estudantes.
“Sempre solícito em ajudar neste processo, nas dúvidas de quais materiais escolher, de como se dimensionar cada peça. A união do projeto de extensão com o profissionalismo do professor Nestor, poderia dizer que foi uma ‘’mão na roda’ na minha graduação“, agradece o estudante.
Ecofacs e novos projetos
O projeto de extensão Ecofacs atua no campus Unifacs de Feira de Santana desde 2018 e, além de trazer a prática do reaproveitamento para sala de aula, também promove ações e trabalhos de conscientização dos cuidados com o meio ambiente e disseminação de informações em escolas.
Ronceros, que está em contato direto com os alunos do projeto por whatsapp e vídeo chamadas, conta que existem outras propostas feitas pelos alunos, desde aplicativos e metodologias de cuidados à respiradores artificiais produzidos com baixo custo.
Para o professor, o objetivo agora é reunir os projetos viáveis para a execução de protótipos em laboratório.
*Sob supervisão de Antonio Netto, Professor de Jornalismo da UNIFACS e Coordenador da AVERA.
Ola Professor Ronceros, como faço para participar desse maravilhoso projeto?