Por Alan Nogueira
Repórter da AVERA
Foto: Guilherme Rubini / AVERA
O Fusca – Festival UNIFACS de Sustentabilidade, Cultura e Arte, projeto de Extensão organizado por Camila Farias, professora da Universidade Salvador, trouxe neste sábado (26) palestra abordando o empreendedorismo negro e a representatividade dentro deste cenário.
Mediado por Camila Prado, publicitária atuante há quase dez anos, a palestra contou com a participação de Mônica Sanches, jornalista formada pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e Najara Black, estilista formada em Moda pela UNIFACS.
Trazendo um pouco de sua trajetória, Sanches conta que sempre gostou de escrever desde pequena e que, durante o seu período de curso na UFBA, começou a fazer teatro para perder a timidez, já que sabia que o mercado lhe exigiria isso.
Mônica abordou a questão desse cenário, no qual muitas vezes o simples fato de ser uma mulher, e ainda mais uma mulher negra, pode ser limitante.
Além disso, a jornalista tratou um pouco sobre a questão dos microempreendedores individuais, que equivalem a cerca de oito milhões de pessoas no território brasileiro, e, mesmo com esse número relativamente alto, o empreendedorismo negro ainda é algo muito precário, não só no Brasil, como no mundo inteiro.
Sanches atribui isso justamente às questões raciais e de gênero que, para muitos dentro da sociedade, ainda é visto como algo fora do padrão do que seria, por assim dizer, “o certo”.
NA PRÁTICA
Assim como Mônica, Najara Black também trouxe um pouco de sua trajetória, contando que desde seus 4 anos, quando se mudou de Cruz das Almas para Salvador, enfrentou dificuldades devida à realidade em que se encontrava.
Black fez questão de ressaltar como o racismo às vezes nem era percebido dentro de sua própria realidade como, por exemplo, ser a única negra dentro de um grupo amigas brancas. Elas estudavam em colégio particular enquanto Najara cursava o Ensino Público.
A própria estilista só começou a entender o racismo de fato a partir de situações na sua infância e adolescência, nas quais, muitas vezes, ela era discriminada por suas características, seja pelo seu cabelo ou até mesmo pela cor de sua pele.
Chegando ao fim, a palestra foi finalizada com Camila Prado abordando, novamente, a dificuldade em ser negro, principalmente no cenário do empreendedorismo e como ainda é extremamente desgastante estar dentro deste contexto.
**Revisado por Fernanda Bruno e editado por Matheus Pastori