Dúvidas e a falta de informações sobre as vacinas que estão sendo produzidas para combater a Covid-19 deixam a população perdida
Por Eduardo Bastos
Revisão: Felipe Correia
Com o alastramento do Coronavírus (Covid-19), vivemos mundialmente em situação pandêmica, onde, o isolamento social e a higienização parecem ser os maiores aliados, mas não os únicos. A imunização é peça-chave, fazendo-se necessária a criação de uma vacina.
Há hoje, cerca de 150 vacinas contra o Coronavírus sendo produzidas por parte de Instituições como Pfizer, Oxford, Butantan e muitas outras. Desde a manufatura até a aprovação, são várias as etapas até a vacina estar pronta efetivamente. Sendo ela, essencial para a tão sonhada “volta à normalidade”.
Normalmente, as vacinas passam por um processo de ensaio clínico em três estágios, antes de serem enviadas às agências reguladoras para aprovação. No caso do Brasil, a principal é a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A fase um verifica a segurança da vacina e sua resposta imunológica em um pequeno grupo; a fase dois amplia o grupo, incluindo pessoas mais vulneráveis à doença, para ver a eficácia; e a fase três, por sua vez, expande o grupo aos milhares, para garantir que a vacina é mais eficaz em uma gama ampla.
As possíveis vacinas visam basicamente instruir o sistema imunológico a montar uma defesa, de forma mais fácil e mais intensa do que caso viesse por uma infecção natural, além de ter menos consequências para a saúde. Assim, algumas delas usam todo o Coronavírus, morto ou enfraquecido; outras usam só parte do vírus, uma proteína ou fragmento; outras usam material genético.
Opções de destaque
A grande empresa farmacêutica Pfizer,de Nova York, está desenvolvendo a vacina BNT162b2 em conjunto com a empresa alemã BioNTech. Sua vacina consiste em injetar material genético do vírus em células humanas para treinar o sistema imunológico, estando em sua terceira fase de testes.
Segundo a estudante de Biomedicina da Unifacs Marina Cucco, que participou dos testes da vacina como voluntária, há uma primeira dose dessa vacina, e depois de 21 dias, há outra dose. Nesse tempo, o voluntário mantém relatos em um diário através de um aplicativo duas vezes por semana.
Após descrever neste espaço todos os sintomas apresentados, 6 meses depois, você volta para checagem, e recomeçam as doses. O teste acontece em um período de 2 anos, em que alguns recebem a vacina e outros recebem um placebo, para haver um controle de como o corpo pode reagir.
Outra das opções vem do Reino Unido por meio da Universidade de Oxford. A instituição trabalha em colaboração com a biofarmacêutica AstraZeneca em uma vacina de vetor viral, uma espécie de “cavalo de Troia” com o vírus enfraquecido, somente para gerar resposta imunológica. Assim como a vacina de Pfizer, também está em sua terceira fase, já testando em grupos maiores de pessoas.
Além destas, a Coronavac vem sendo produzida pela biofarmacêutica chinesa Sinovac em conjunto com o centro de pesquisas Butantan no Brasil. Esta é uma vacina inativada, com uma versão não infecciosa do Coronavírus. Mesmo contando com alguns contratempos em sua segunda fase, a opção mostrou bons resultados com poucas reações adversas, já estando pronta para passar para a terceira fase.
A também estudante de Biomedicina, Laísia Uzêda, ressalta: “Acho que a Coronavac, a Pfizer e a Oxford são as três mais possíveis de serem aprovadas rapidamente. A gente vivendo em ‘estado de emergência’, é mais capaz deles pularem algumas fases de aprovação, na OMS e nos órgãos de fiscalização, e essas são as mais avançadas”.
Mais vacinas encontram-se em fase de produção e outras também já se encontram na segunda fase de testes. Como por exemplo, temos a Sinopharm, também da China, a Novavax, da COVAXIN e a criada pela Johnson & Johnson, sendo as três nos Estados Unidos.
Por que a vacinação é essencial?
Pode-se dizer que tomar uma vacina é a melhor forma de se proteger de doenças graves e até mesmo das suas complicações. Muitas doenças são transmitidas por contato, tosse, fala, e pouco se percebe seus agentes infecciosos. Contando com este recurso, o indivíduo imunizado diminui as chances de contrair a doença e transmiti-la.
Qualquer tipo de vacinação licenciada já passou por etapas rigorosas de avaliação e aprovação. Além dos testes clínicos e os testes em grupos, há também uma aprovação por órgãos reguladores como a Anvisa no Brasil, assegurando sua eficácia.
Ainda que em alguns casos existam efeitos colaterais leves, estes são minimizados e observados nas avaliações antes da vacina ser aprovada. Assim, a imunização permite uma vivência com riscos reduzidos minimamente. Com isso, é notável que uma possível vacina contra o atual Coronavírus em escala global diminuiria a urgência e a cautela a todo momento, e permitindo que a rotina fosse seguida de uma forma cada vez mais normalizada.