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Um psicólogo para cada mil PMs na corporação baiana

Da Redação
12 de maio de 202130 de agosto de 2023 No Comments
Polícia Psicologia Saúde Mental Segurança pública

Mesmo enfrentando uma rotina cheia de conflitos e estresses, os policiais militares da Bahia não possuem quantidade necessária de apoio psicológico nas corporações

Por Victoria Souza, Iann Jeliel e Roberta Alves
Revisão: Antônio Netto

O policial militar Wesley Goés atirou para cima na tarde do dia 28 de março, em frente ao Farol da Barra, em Salvador. Segundo a Polícia Militar (PM), o profissional de segurança pública apresentava um quadro de “surto”. O policial morreu após ser baleado em confronto com colegas.

O acontecimento não foi um caso isolado, já que nove meses atrás, em 14 de julho de 2020, um policial militar e sua esposa foram encontrados mortos, em um apartamento no bairro do Trobogy, em Salvador. Informações da PM apontam que o homem matou a esposa e depois cometeu suicídio.

Os casos, ambos chocantes e infelizes em seus desfechos, chamam atenção para discutir a saúde mental dos policiais baianos que, ao sofrer estresses diários pela profissão, estão propensos a desenvolverem problemas psicológicos e não possuem os recursos necessários dentro das corporações.

Segundo dados do Centro de Perícias Médicas Militares (CPMM), entre 2008 e 2012, mais de 40% dos afastamentos de militares estão relacionados com transtornos mentais.

Em declaração, o coronel Marcos Nolasco, coordenador de Saúde da PM da Bahia disse que, entre 2006 e 2016, a quantidade de suicídio por policiais foi em media 4,7 por ano, mas afirma que entre 2016 e 2019 esse número caiu para quatro casos anuais, em média.

Através de uma pesquisa feita dentro das delegacias de todo o Brasil, ficou constatado que na Bahia há em média um psicólogo para cada mil policiais nas corporações.

Na corporação

O atendimento psicológico, que deveria ser obrigatório nas corporações, levando em conta a rotina de um profissional de segurança pública, só ocorre caso o policial procure atendimento. É o que conta uma Major da Polícia Militar, que preferiu não divulgar seu nome.

“O atendimento psicológico não é obrigatório. Os policiais não recebem acompanhamento psicológico nas unidades militares, eles são encaminhados ao Serviço de Valorização Policial (Sevap), para avaliação e acompanhamento, quando ele sinaliza alguma necessidade”, conta a Major.

A major também fala sobre o procedimento para policiais que apontam alguma questão psicológica, segundo ela, cada caso é tratado de forma diferente.

Em alguns casos, o atendimento psiquiátrico já é suficiente, para outros são receitados remédios e cabe ao psiquiatra ou psicólogo responsável pelo paciente apontar se há necessidade de afastamento.

Pandemia

“Percebo que, durante a pandemia, a situação está um pouco mais evidente, mas deve ser levado em consideração que, assim como a comunidade, os PMs também têm sofrido com o acúmulo de questões pessoais, preocupações, medos e anseios, mas o número exato deve ser buscado junto ao órgão oficial, que é o departamento de saúde da PM-BA”, conta a Major quando questionada sobre a quantidade de casos de policiais com questões psicológicas no último ano.

Sem psicólogos

Em entrevista ao Jornal Correio, Robson Souza, que é psicólogo do Sevap, conta que hoje os policiais que sofrem de algum problema psicológico  são afastados de forma temporária e não de forma definitiva, para que possam ser reformados.

Isso ocorre porque não há psiquiatras suficientes dentro das corporações para emitir laudos de afastamento e somente profissionais de dentro da corporação têm essa autoridade.

“O que existe hoje é a política de manter o cara na corporação, mesmo que ele não esteja funcionando. Estou tratando um policial bipolar que não tem condições de ir para a rua, mas só posso afastá-lo temporariamente. Já fiz isso várias vezes. Em todas, solicitei também o afastamento da arma”, relata Souza.

Medo e insegurança

“Por ser um homem negro eu já me sinto inseguro com policiais, sabendo que eles podem a qualquer momento ter um surto, portando uma arma de fogo. Isso me apavora ainda mais”, declara Victor Daniel, civil e estudante, ao ser questionado se sente seguro com a presença de policiais.

O estudante relata que entende que é uma profissão estressante e que os policiais estão propícios a sofrerem por esses problemas e aponta o Estado e a falta de recursos para as corporações como culpados.

Mudança

Em Assembleia que ocorreu em Março, o deputado Jacó (PT) propôs instituir o Programa de Prevenção de Violências Autoprovocadas ou Autoinfligidas no Estado da Bahia. O deputado citou o acontecimento com o policial Wesley Góes.

“Preocupante questão do suicídio entre profissionais de segurança pública na Bahia e no Brasil, fenômeno que ainda não mereceu o espaço devido na agenda pública, em que pese a gravidade do problema”, declara Jacó.

A criação de programas dentro das corporações também é citado pela Major que afirma que a partir desse ano, por conta do novo sistema que será implantado, policiais em curso de formação ou capacitação serão reavaliados e acompanhados.

“Está em implantação na PM-BA também uma nova forma de atendimento psicológico com a contratação de psicólogos civis para atendimento”, afirma o deputado.


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