Alunos de psicologia da Unifacs e nutricionistas realizam oficinas online sobre transtornos alimentares na infância
Por Mariana Nogueira
Revisão: Julya Ferreira
Com o objetivo de discutir os distúrbios alimentares na infância, os alunos do 5º semestre de psicologia da Unifacs, sob supervisão da professora, Caroline Marinho, realizaram uma live, no dia 15 de, que contou com presença da nutricionista, Giovanna Sertic.
Transtornos alimentares podem ser caracterizados por problemas no comportamento alimentar, que pode levar a pessoa ao emagrecimento extremo ou anorexia, devido à inadequada redução alimentar; a obesidade, por conta da ingestão de grande quantidade de comida, entre outros problemas físicos. É uma relação prejudicial que afeta o desenvolvimento humano.
As estudantes de psicologia, Heloisa Alves e Carol Santo explicam que os transtornos alimentares começam na infância, quando a criança se recusa a experimentar alimentos que são importantes para seu desenvolvimento e sua educação alimentar.
Segundo as discentes, é na infância que os bons hábitos alimentares devem estar presentes, fazendo com que as crianças tenham os nutrientes necessários para um crescimento saudável. Uma alimentação saudável também auxilia na prevenção de doenças.
“O ato de comer para muitas pessoas é algo sagrado, mas infelizmente não é todo mundo que enfrenta essa realidade”, cita Heloisa Alves.
A relação familiar pode ser considerada um dos principais fatores que interferem neste processo.
“Se a criança está em um ambiente desconfortável, um ambiente ansioso, ela vai se sentir ansiosa em relação à alimentação. A forma como alguns pais forçam a criança a comer bem, também diz muito a respeito disso”, diz Carol Santos.
Principais transtornos alimentares
Mericismo, tare, picacismo, anorexia e a bulimia são alguns dos principais transtornos alimentares que podem ser encadeados a partir da infância e adolescência. E a maioria desses distúrbios causam problemas psicológicos para um grande número de pessoas.
Para a estudante de psicologia, Carol Santos, “o mericismo é um transtorno que apresenta comportamento repetido e voluntário de regurgitar o alimento e que pode ser remastigado, reengolido ou cuspido”.
“Esse transtorno aparece no primeiro ano de vida, geralmente acompanhado de retardo mental e seu diagnóstico é aos dois anos, em crianças”, pontua Santos.
Segundo a estudante, outro transtorno bastante comum é a síndrome de pica ou picacismo, que é a ingestão frequente de substâncias não alimentares, e recebe este nome porque faz uma alusão ao nome científico de uma ave capaz de comer quase tudo.
“Este tipo de síndrome é mais comum durante a gravidez e em crianças e, geralmente, é um sinal que indica algum tipo de deficiência nutricional”, esclarece a aluna.
“Além de não gerar uma ingestão saudável, pode acabar levando à morte, dependendo do objeto inserido”, completa Heloisa Alves.
Sandriele Soares, participante da live, perguntou como identificar se a criança está colocando um objeto na boca por acaso ou devido à algum transtorno.
Alves responde que, “a criança ao colocar um objeto qualquer na boca vai acabar sentindo nojo e automaticamente retirar o objeto, caso ela não sinta isso e torne a ser algo frequente, é necessário procurar ajuda médica”.
O tare é outro distúrbio e que pode ser confundido com seletividade alimentar, mas há uma diferença entre ambos.
“Na seletividade alimentar a criança varia entre as categorias do alimento, enquanto no tare a criança só quer comer os alimentos em apenas uma categoria”, destaca a estudante de psicologia, Maria Clara Lavin.
Obesidade
“A obesidade é uma condição médica e uma causa e consequência dos transtornos alimentares. É também um fator de risco para uma série de doenças. Mais de 9,38% das crianças brasileiras entre cinco e dez anos estão com obesidade e 5,22% com obesidade grave”, afirma a estudante de psicologia Helena Reis.
Algumas crianças possuem obesidade devido à compulsão alimentar infantil, que faz a criança comer excessivamente e de forma inadequada. Com isso, Reis reforça que é necessário que as crianças pratiquem atividade física e tenham um acompanhamento nutricional.
Tratamento
As palestrantes reforçam que é importante os pais serem atenciosos em relação a alimentação de seus filhos e que busquem tratamento nutricional e psicológico assim que for identificado algum sinal e sintoma de transtorno alimentar.
“O paciente tem que entender que ele precisa comer com atenção plena e fazer um diário alimentar”, diz a nutricionista Giovanna Sertic.
“O bullying também contribui para as crianças adquirirem certos transtornos alimentares, como a anorexia, a bulimia ou algum outro transtorno psicológico, desvio de imagem e problema com o corpo”, afirma a psicóloga Carolina Marinho.
Portanto, é necessário que além do acompanhamento nutricional, um tratamento psicológico também deve ser levado em consideração.
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Produção e coordenação de pautas: Márcio Walter Machado