Produtores de eventos e criadores de conteúdos apostam no formato devido ao crescimento de demanda das transmissões online
Por Rafaela Kalil
Revisado por: Nalanda Rocha
Com a necessidade do isolamento social por conta da covid-19, os eventos virtuais ganharam força e vieram para ficar. Pesquisa feita para o relatório “Cenário de Eventos Virtuais”, do Linkedin, aponta que 83% dos organizadores brasileiros de eventos virtuais continuarão com as produções online daqui a um ano ou mais.
Nos últimos meses, cerca de 85% dos produtores de eventos do Brasil programaram pelo menos três cerimonias via web. A necessidade de adaptação e transformação da abordagem migrada do presencial para o digital foi o que mais desafiou esses profissionais, segundo o mesmo relatório.
Pesquisas incluindo os termos “live” e “online” apresentam expressivo crescimento, segundo informações do Google. O que ilustra o resultado de uma enquete virtual, feita pela MindMiners, para a CNN Brasil Business, em que do total de respostas foram 76% favoráveis à continuidade das lives.
Leila Azevedo, 45 anos, especialista em gestão de projetos e organização de eventos culturais e sociais, faz lives em seu perfil do Instagram e possui um projeto especial chamado “Produção do Zero ao Topo” em que ensina a planejar e organizar eventos do zero.
“O foco central é trazer a importância do planejamento para o evento e, além disso, para quem quer iniciar na área e não sabe que caminho seguir, as lives trazem esse despertar e o curso de mentoria traz a solução”, explica Azevedo.
A produtora conta que gosta do calor humano e do olho no olho, por isso, prefere o presencial, mas considerando a amplitude das possibilidades e o crescimento do alcance, aderiu ao digital.
“Hoje, pessoas que moram fora do Brasil conhecem o meu trabalho e devido a essa tecnologia assistem às lives, a ideia é atingir cada vez mais pessoas. Com o passar do tempo estou me sentindo mais à vontade com este formato, os eventos on-line estão trazendo mais acessibilidade e redução de custo”, considera a organizadora.
Azevedo não usava esse meio antes da pandemia. A ideia das transmissões online veio através da frequência que as pessoas aderiram por conta do isolamento social. Agora, a produtora pretende evoluir seu engajamento cada vez mais, sem abandonar este recurso, mesmo com a possibilidade de encontros presenciais das pessoas.
Assim como Azevedo, Vanessa Íris também desfruta da tecnologia. Em 2020 conheceu um aplicativo de transmissões ao vivo, em que pode criar conteúdos e ter uma renda extra. Apenas com Internet e celular na mão, Íris consegue gerar entretenimento tanto para brasileiros, como para estrangeiros.
“É interessante, estou sempre aprendendo algo novo, porque converso com várias pessoas. Já consigo lidar com vários tipos de personalidades, outras culturas e ainda pratico o meu inglês”, conta Íris.
Íris esclarece que a profissão tem nome, e o termo broadcaster – transmissor ao vivo – vem crescendo de forma acelerada. A jovem almeja que outras ocupações continuem remotas pela flexibilidade de horário e também pela redução de custos com transportes.
“O que eu faço é streaming de conteúdo, é uma forma de se conectar ao mundo, de se divertir e claro, também ganhar dinheiro. O futuro é esse, crescimento digital e aproveitar o que a internet tem a nos oferecer”, anseia Íris.