Ruas com menos veículos e acidentes, transportes públicos cheios e mobilidade mais sustentável. Conheça os impactos na rotina do trânsito dos soteropilitanos
Por Bruno Dias, Jônatas Nascimento e Rodrigo Miranda
Revisão: Antônio Netto
Desde o começo da pandemia, no início de 2020, o isolamento social causou impactos na natureza, na economia e até no entretenimento. Com a mobilidade urbana não foi diferente.
Mobilidade é um termo amplificado, que contempla a segurança pública, a segurança no trânsito e o transporte de uma cidade. É uma forma de encontrar facilidade e conforto no fluxo de uma cidade.
Com a crescente transmissão da covid-19 na capital baiana, o deslocamento do tráfego foi totalmente alterado, e por incrível que pareça, os números trazem uma melhora significativa na segurança das pessoas, que de alguma forma acabam se expondo nas ruas da capital baiana.
De acordo com a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), houve uma redução de 17% no índice de vítimas de acidentes envolvendo motocicletas na cidade.
O motoboy de delivery, Lincoln Oriaj, relata sua percepção sobre a segurança do trânsito.
“Com menos veículos nas ruas, acabou sobrando mais espaço nas vias. Assim, os riscos de uma colisão acabaram diminuindo indiretamente”, explica Lincoln.
Redução de veículos nas ruas
A partir dos decretos de isolamento social e do toque de recolher, propostos pela Prefeitura de Salvador, a circulação de veículos diminuiu drasticamente, assim como a utilização dos transportes públicos.
Segundo dados da Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob), antes do surto pandêmico, aproximadamente 1,3 milhão de passageiros utilizavam o transporte público por dia. Esse número caiu para cerca de 300 mil no início da pandemia.
O órgão municipal afirma que antes da pandemia a frota de ônibus era de 2.213 veículos e, com a chegada do coronavírus, o sistema sofreu redução de cerca de 30% da frota, totalizando apenas 1.576 veículos em circulação.
“Com a diminuição da frota de ônibus, acredito que acabou tendo mais aglomeração e, assim, a probabilidade é maior do vírus se proliferar”, opina o motorista de ônibus, Nemias Silveira, sobre os riscos da pandemia.
Vai de bike
Uma nova adaptação ao trânsito de Salvador, que surgiu em grande escala com o início da pandemia, foi a utilização de bicicletas como meio de locomoção.
O principal intuito de aderir a essa nova alternativa, vem com a necessidade de lazer ao ar livre, juntamente com a prática de atividade física.
Além de auxiliar na locomoção de pessoas que não têm condições de comprar um meio de transporte motorizado ou que optam por utilizam um meio de transporte limpo.
De acordo com dados do projeto Salvador Vai de Bike, o número de viagens realizadas com esse meio de transporte aumentou em quase 72% do ano de 2019 para 2020.
A professora do departamento de Engenharia de Transporte e Geodésia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Sílvia Camargo, explica que a tendência global caminha para uma mobilidade sustentável.
“Temos que fazer uma cidade para as pessoas, e não para a fluidez dos veículos motorizados. Saindo de uma escala global e entrando agora em uma escala local, retirando o tradicional modo de ver a rua como uma via e enxergando a rua como um espaço social”, declara Camargo.
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