A paixão da torcida baiana tem se tornado combustível para o aumento dos números de inscritos nos programas de sócio-torcedor
Por Maiara Giudice
Revisão: Luísa Mendes
Recentemente, Bahia e Vitória, dois principais times do estado da Bahia, passaram a fazer campanhas para o aumento da quantidade de inscritos no programa de sócio-torcedor. Os clubes, que têm parte de sua arrecadação vinda do programa, somam dezenas de milhares de torcedores que consideram o programa uma forma de demonstrar seu apoio.
É o caso de Isabela Almeida, que viu sua paixão pelo Esporte Clube Vitória crescer por ver sua família frequentando os jogos:
“Desde pequena dizia que torcia pelo Vitória porque meu pai, avô, e quase família toda é Vitória, mas foi só esse ano que tive de fato o interesse em começar a acompanhar mais os jogos e o desempenho do time. A paixão só cresce, mas foi um investimento que começou por questões financeiras”, explica Isabela, que se tornou sócia após comparar os valores dos ingressos avulsos com as vantagens em se associar.
Almeida diz que só a mensalidade dela não ajuda o time, mas sim o conjunto de pessoas apaixonadas: “é muito bom ver o número de socio-torcedores crescendo, acredito que juntos ajudamos”.
Para Donato de Assis, sócio-torcedor e conselheiro do Vitória, ser sócio-torcedor é essencial na formação de uma equipe competitiva.
“Desde que eu entendi que o futebol precisa ter aumento de receita, eu entendi que eu precisava ser sócio do Vitória, principalmente porque quanto mais sócios, mais o clube tem condições financeiras de ter equipes mais caras e, consequentemente, mais competitivas”, conta.
Assis explica que participar da vida política também é um estímulo na sua permanência enquanto sócio.
“Eu acredito que a importância de ser socio-torcedor é, de certa forma, uma coisa benéfica financeiramente, porque você pode ir em vários jogos durante o mês, e compensa. Além disso, você participa da vida política do clube – hoje eu sou conselheiro do Vitória, porque eu cumpri as metas estipuladas pelo estatuto do time e eu consegui conquistar espaço e ser eleito para estar no conselho deliberativo”, revela Donato.
Maria Fernanda Moraes, torcedora do Bahia, também ressalta a importância de vermos mais mulheres nas arquibancadas torcendo por seus times do coração.
“Para alguns ainda existe o imaginário de que os homens sabem mais sobre futebol, que isso não é ‘coisa de menina’ e que as mulheres são apenas coadjuvantes que acompanham algum homem nos jogos e isso não é verdade. É muito importante as mulheres ocuparem os espaços nas arquibancadas, nas tomadas de decisões e mostrar que o amor pelo futebol vai além de gênero”, diz.
Para Moraes, seu incentivo principal para ser sócio-torcedora é o apoio que presta ao clube – estar no estádio é uma paixão e participar ativamente de algumas decisões a respeito do clube é essencial.
Já na casa de Ana Paula e Amanda Lopes, a rivalidade é presente na participação do programa dedicado à torcida – a paixão pelo futebol veio de família, mas Ana Paula é tricolor e Amanda é rubro-negro.
“Minha paixão veio do meu pai, que era sócio do Esporte Clube Bahia e resolveu me tornar sócia também. Participar deste projeto me dá diversas vantagens, principalmente na hora de curtir o jogo: tenho ingresso garantido, recebo camisa no início das temporadas e a cerveja na Fonte Nova é pela metade do preço”, conta Ana Paula.
Para Amanda, ajudar o time na arrecadação no time é essencial, e o principal benefício é demonstrar seu amor pelo clube: “vale a pena ser sócio-torcedora do meu time – ajudo o Vitória a arrecadar dinheiro e garanto meus ingressos para seguir frequentando o estádio por um preço bem mais barato”.