Produtores de licor têm se adaptado ao atual cenário pandêmico e relatam aumento nas vendas
Por Lavínia Rabat
Revisão: Julya Ferreira
Este é o segundo ano em que as festas juninas sofrem as consequências causadas pela pandemia da Covid-19.
Segundo nota divulgada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), R$ 64,7 milhões provenientes do setor público deixarão de impulsionar os festejos de São João.
Entretanto, a tradição de tomar licor durante o período junino continua e os produtores têm se adaptado ao atual cenário e realizado mudanças para se adequar à pandemia.
Laís Barbosa é proprietária do Licor da Lai, em Salvador, que vende licores desde 2017, junto com seu marido e filho.
Para Barbosa, as vendas aumentaram tanto no último ano que foi necessário contratar três funcionários incluindo um motoboy. Além disso, com o decreto de proibição de venda de bebidas alcoólicas nos finais de semanas e no período de São João, a empresa tem se readaptado.
“Esse ano começamos com o motoboy para as entregas serem agendadas e não vendermos durante o final de semana, devido ao decreto e isso tem dado certo. Se não fosse o motoboy teríamos muita dificuldade”, pontua Barbosa.
De acordo com a proprietária do Licor de Mainha, Mariane Carvalho, a pandemia não tem impactado diretamente na venda de licor devido a capacidade de se reinventar através do delivery. Entretanto, ocorre impactos indiretos pela falta de acesso às matérias primas.
“Por conta dos decretos de proibição de bebida alcoólica nos mercados e de feiras, não consegui comprar a parte alcoólica que a gente utiliza para produção do licor, então acabei tendo uma pequena perda. Não tinha como fazer a compra da bebida alcoólica para a produção do nosso licor e por isso, não tinha como vender”, ressalta Carvalho.
Em maio deste ano, Larissa Barros inaugurou o Licor Artesanal Venâncio, na cidade de Alagoinhas (BA), que na busca de público vem inovando através do kit degustação, muito tradicional em lugares que vende-se licor, oferecendo degustação para que assim o cliente possa escolher. Para a empreendedora a maior dificuldade vem sendo a divulgação.
“Se não houvesse essa pandemia, chegaria na casa de um amigo para conhecer o licor, iria passando de pessoa para pessoa, de boca em boca. Agora a divulgação fica reduzida ao Instagram”, revela Barros.
Para o consumidor de licor, João Batista é fundamental que essa tradição se mantenha viva mesmo durante a pandemia pois ela é capaz de aquecer os corações.
“Junho é o mês mais frio do ano, por isso que tomamos licor, para nos aquecer, e neste período, conseguir manter a esperança acessa de tempos melhores dentro de nós”, salienta Batista.
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Produção e coordenação de pautas: Márcio Walter Machado