A live faz parte das rodas de conversa que acontecerão nos dias 13 e 27 de maio com o intuito de promover uma reflexão sobre questões étnicos-raciais e colocar em prática pautas igualitárias
Por Lavínia Rabat
Revisão: Julya Ferreira
“Diversidade étnica como discurso institucional: quais futuros possíveis?” foi o tema da primeira roda de conversa sobre as questões étnico-raciais na contemporaneidade promovida pela Unifacs, através do canal do Fusca no Youtube, no último dia 13 de maio. O próximo encontro acontece de forma gratuito no dia 27 de maio.
A abertura do ciclo de conversas nesta data é uma homenagem a promulgação da Lei Áurea, que aboliu todas as pessoas em situação de escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888.
Os professores da Rede Laureate Brasil, Luciana Mello (IBMR-RJ) e Marcus Bonfim (Anhembi Morumbi- SP) mediaram a primeira conversa, que teve a participação de Suellen Rodrigues, diretora associada da indústria farmacêutica MSD e Omero Galdino, da Agência Nômade.
De acordo com Suellen Rodrigues os debates de questões étnicas na contemporaneidade são totalmente diferentes entre as gerações. “A construção da negritude da minha geração por exemplo, estava muito ligada a meritocracia”, declara Rodrigues.
O professor universitário e dono da Agência Nômade, Omero Galdino, também enfatiza essas mudanças no debate étnico entre as gerações, principalmente nos jovens.
“Na perspectiva da sala de aula, eu percebo que os jovens estão menos sensíveis em abordar esses tipos de assuntos. Antes existia um tabu, mas hoje alguns reconhecem sua branquitude e negritude”, ressalta Galdino.
Além disso, o educador salienta a importância da representatividade atualmente. “Hoje, quando eu entro na sala de aula, me torno referência para muitos alunos pretos que sonham em chegar até aqui”, cita Galdino.
Perspectivas para o mercado
A diretora farmacêutica da MSD, Suellen Rodrigues, pontua que o mercado de medicamentos ainda é pouco igualitário e a diversidade precisa ser introduzida nesses ambientes.
“Ainda falta diversidade na indústria farmacêutica para que a gente não caia na falácia de meritocracia e da democracia racial. O meu black e a afrocentricidade são um ato de resistência, por isso temos que lutar por essa causa”, defende Rodrigues.
No mercado da comunicação, em especial com a publicidade, Galdino ressalta que a branquitude tem sempre um lugar de destaque.
“Quando precisamos desenvolver alguma arte gráfica e vamos em bancos de imagens da internet, sempre encontro referências de pessoas brancas, e isso não vai se comunicar com meu público-alvo que é negro. Por isso, essa realidade tem que mudar”, diz Galdino.
Para o futuro, o professor destaca a importância de pessoas pretas ocuparem espaços de poder.
“Vivemos em um país que a carne mais barata do mercado é a carne negra, não estamos satisfeitos com isso, mas quando trazemos outras histórias de pessoas negras avançando, essa força aumenta e conseguimos chegar mais longe”, pontua Rodrigues.
Próxima conversa
No dia 27 de maio, às 19h, o professor Iran Pontes (UNIFG – PE) vai realizar a mediação da conversa “O Corpo Negro no Cinema: estéticas e outras políticas”, com o intuito de dialogar sobre a dimensão estética do corpo preto na arte. A transmissão acontece de forma gratuita, no canal do Fusca no Youtube.
A live terá a participação do professor, cineasta e doutorando pela USP, Renato Candido.
Serviço:
O que: Rodas de Conversa: Questões Étnico-Raciais na Contemporaneidade
Quando: 27 de maio
Horário: 19h
Onde: Canal do Fusca no Youtube
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Produção e coordenação de pautas: Márcio Walter Machado