Com a presente de professores, alunos e convidados, como a chef Lili Almeida, relatos e ações contra o racismo foram debatidos no âmbito socioeducativo
Por Adrielly Simões
Revisão: Antônio Netto
A aula especial com o tema “Sobre mi mi mi: racismo recreativo e o privilégio branco sob a perspectiva socioeducativa” teve diversos convidados, entre eles, professores da Universidade Salvador e convidados como Lili Almeida, chef de cozinha e participante do reality show Mestre do Sabor, em 2019.
A aula online teve como intuito aborda os problemas vivenciados dentro das salas de aula e assuntos pautados no nosso cotidiano.
Em entrevista, o Professor e coordenador dos Cursos de Pedagogia, Gestão de RH e Pós-Graduação em Educação, Antônio Gouveia, relata suas vivências acadêmicas em relação ao preconceito e conta já precisou intervir em sala de aula por presenciar uma aluna sendo destratada por conta da sua cor de pele.
Gouveia cita também a importância dos colegas de trabalho terem esse posicionamento educativo, compreender a situação e, no mesmo momento, intervir, sem permitir que a violência aconteça, sem parecer tão constrangedor para ambos os lados.
“A Universidade é um espaço para construir um relacionamento, então é preciso que a gente oriente, eduque, para que as pessoas tenham um posicionamento acolhedor, inclusive, não o posicionamento da violência”, declara o coordenador.
Ao começar a aula, Janaína Candeias, formanda da Unifacs em Serviços Sociais, contou um pouco sobre sua trajetória e algumas situações que vivenciou.
“As pessoas evitavam pegar o elevador por eu estar dentro”, relata. Porém, isso fez da aluna uma pessoa mais forte, firme nas palavras e no seu posicionamento.
A live abordou ainda o fato de que, infelizmente, o preconceito está sempre presente, não apenas quando se ofende alguém com palavras, mas também com gestos e olhares diferentes.
Em casos mais sério, o racismo pode matar. Como aconteceu com George Floyd, homem negro que foi morto asfixiado por um policial branco, aparentemente, sem motivo plausível.
Outros fatos foram lembrados ainda, como o acontecimento no Big Brother Brasil 21, onde um participante é designado a ser o monstro e compara a sua peruca de homem das cavernas com o cabelo black power de outro participante negro.
Durante a aula, os professores citaram o fato desses assuntos serem de extrema importância para sala de aula, afim de que os alunos tomem consciência e aprendam que não é mais tolerado esse tipo de comportamento, mas que ainda há muito o que aprender.
“As pessoas pretas no Brasil precisam lutar todos os dias. Não adianta ser formado, nem bem sucedido. O racismo sempre vai existir”, opina Lili Almeida.
A chef conta também sobre sua trajetória no reality, relembrando que apenas duas participantes eram negras e que, naquele momento, se conectaram.
No final da aula, os participantes responderam perguntas dos alunos sobre ações que poderiam ser feitas em alguns casos já ocorridos, aconselhando as pessoas, pautando novamente a importância desta abordagem.