Atualmente em sua segunda edição, o projeto é dedicado a formação de roteiristas de narrativas seriadas audiovisuais
Por: Luiza Novaes
Revisão: Catharina Dourado
Professora dos cursos de Publicidade e Propaganda, Jornalismo e Relações Públicas da Unifacs, Amanda Aouad também é parecerista e tutora do núcleo de criação da Usina do Drama.
Vinculado a Estação do Drama, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o projeto é um espaço pedagógico-profissional de formação de roteiristas de séries audiovisuais e está na sua segunda edição, com o início das aulas adiado devido à pandemia do coronavírus.
O núcleo é voltado para quem deseja atuar profissionalmente como roteirista no mercado audiovisual brasileiro e tem como proposta pedagógica a união entre teoria e prática.
A ideia é construir um ambiente de aprendizado e troca de experiências para desenvolver projetos bons e aptos para o mercado, através de um processo mesclado de aulas teóricas, discussões e análises de cenas e exercícios práticos.
“Ao final do processo, os roteiristas da Usina do Drama estarão aptos a participar como colaboradores em produtoras audiovisuais, atuando em projetos de séries de televisão, ou ainda poderão empreender projetos próprios, voltados aos editais de fomento, favorecendo a participação em futuros negócios”, garante Aouad.
Como tutora, a professora fica responsável por trazer um pouco de teoria, exercícios práticos e trocas para desenvolvimento dos roteiristas.
“Tenho muito carinho por esse projeto, pela proposta dele, pelas pessoas que estão comigo”, afirma Amanda, que também fez parte da comissão executiva na primeira edição do projeto, em 2017.
O núcleo foi criado pelo grupo de pesquisa A-Tevê/Ufba e é vinculado ao Estação do Drama, projeto de extensão da mesma instituição, dedicado à formação de roteiristas de narrativas seriadas audiovisuais artísticas, em live action e animação.
Além disso, a iniciativa conta com o patrocínio da Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia (SecultBA), por meio do edital Setorial do Audiovisual do Fundo de Cultura da Bahia.
2020
Este ano, a Usina realiza a sua segunda edição e, de acordo com Aouad, cerca de duzentos projetos foram inscritos no edital, aberto no início de fevereiro.
Vinte e oito dessas propostas foram selecionadas e serão divididas em quatro grupos de sete pessoas, para os quais será designado um tutor.
“A ideia é que esses núcleos funcionem como salas de roteiro, para desenvolvimento dos projetos”, explica a professora.
Entre os selecionados no programa de 2020 está Ana do Carmo, formada em Cinema e Audiovisual pela Ufba e cofundadora da produtora Saturnema Filmes.
Seus projetos aprovados pela Usina foram “Romã”, uma ficção científica que se passa em Boa Nova (BA), onde os pais nasceram, e a também sci-fi “Fúcsia”, que teve a escrita dividida entre ela, Ariel L. Dibernaci, cofundador da Saturnema Filmes, e Cláudia Sater. O filme é uma distopia que se passa em Salvador.
Nos últimos meses e durante a quarentena provocada pelo covid-19, a cineasta tem se dedicado a especialização em roteiro e, segundo ela, a Usina vai ser essencial nesse processo de formação.
“A escrita é um lugar muito solitário. Colocar roteiro em laboratório é muito enriquecedor e te faz ter um olhar muito mais amplo sobre sua história”, reflete.
Além das atividades exclusivas aos selecionados pelo edital, a Usina do Drama ainda oferece cinco cursos teóricos com vagas abertas para o público externo e encontros avulsos chamados de Labséries.
Porém, devido à pandemia, as aulas presenciais foram adiadas e os responsáveis pelo projeto ainda estão conversando sobre possibilidades de realizar ações na internet.