Historiador conta que a proclamação da República ocorre em um contexto de golpe, onde as forças militares se rebelam contra o imperador Dom Pedro II
Por Paloma Simina
Revisão: Edvânio Junior
A Proclamação da República foi decretada no dia 15 de novembro de 1989, por Marechal Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente do Brasil. Nesta data histórica, a monarquia chegou ao fim, dando lugar à Era Republicana no país.
Nos primeiros anos após a proclamação, Marechal Deodoro organizou os símbolos da República, como o Hino Nacional Brasileiro, a Bandeira do Brasil e também a política nacional.
Eram escolhidos através da eleição o presidente e o vice-presidente, ambos não concorriam na mesma chapa, sendo eleitos separadamente.
Apesar de vitoriosa, tal decisão ocorreu de forma tardia, uma vez que os países que fazem fronteira com o Brasil já haviam escolhido a república como forma de governo. Ao abandonar a monarquia e adotá-la, o país fez uma opção natural que todas as nações do novo mundo até então tinham feito.
João Batista, historiador, graduado em Filosofia e mestre em Educação, afirma que a proclamação da República ocorre em um contexto de golpe, onde as forças militares se rebelam contra o Imperador Dom Pedro II, o destituindo do trono e instaurando o novo regime.
Uma República que se inspirava nos ideais da Revolução Francesa e, como fundamento teórico, as ideias positivistas. Assim, os republicanos pretendiam dar uma guinada na vida econômica, política e social do Brasil com a proclamação.
“Naquele momento os republicanos consideravam a monarquia um atraso e o Brasil em termos de desenvolvimento econômico também atrasado. Se pretendia assim universalizar o acesso à educação e industrializar o país. Portanto, a Proclamação da República vem carregada de expectativas que não se concretizem nos anos seguintes à sua consecução”, afirma o historiador.
A proclamação da República foi tão significativa que, até os dias de hoje, os brasileiros desfrutam dos legados.
Um deles, por exemplo, é o fato do Brasil, no mês de janeiro de 1890, ter se tornado um Estado laico. A partir dali, passou a ser obrigatório aceitar e respeitar toda e qualquer escolha religiosa de cada cidadão. Outra conquista é a democracia, onde os brasileiros podem eleger os seus candidatos.
“O Brasil se torna um Estado laico, fazendo assim com que política e religião acabem se separando, onde antes da proclamação era muito junto e misturado, criando, em teoria, um país que respeita todas as religiões e a democracia, onde podemos eleger os nossos candidatos”, diz o licenciado em história Leandro Neri.
Uma curiosidade apontada pelo historiador João Batista, é que na noite do golpe republicano, Marechal Deodoro da Fonseca estava febril e acamado, quando os revolucionários republicanos foram em sua casa, tiraram-no da cama e fizeram o primeiro Presidente do Brasil.