
Bienal do Livro da Bahia em 2024 mostrou a força da literatura entre os jovens | Igor Santos/Secom
Celebrada em 23 de abril, a data reforça o valor da leitura e a proteção aos direitos autorais
Por Caio Ribeiro
Revisão Marcelly Ferreira
Instituída pela UNESCO em 1995, durante a 28ª Conferência Geral, o Dia Mundial do Livro tem como objetivo promover a leitura, homenagear autores e refletir sobre os direitos legais relacionados à produção literária A escolha do dia 23 de abril é simbólica, pois marca a data de falecimento de três grandes escritores da literatura mundial: William Shakespeare, Miguel de Cervantes e Inca Garcilaso de la Vega, todos falecidos em 1616.
Além disso, outros autores renomados, como Vladimir Nabokov e Josep Pla, também nasceram ou morreram nesta data. No Brasil, o Ministério da Educação (MEC) celebra o Dia Mundial do Livro destacando iniciativas como o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que já distribuiu 194,6 milhões de exemplares para mais de 31 milhões de alunos, reforçando o compromisso com o acesso à leitura e à educação de qualidade.

Gabriele Carvalho: produtora de conteúdo sobre livros | Acervo Pessoal
Para Gabriele Carvalho, estudante do 7º semestre de Jornalismo, leitora assídua e administradora de uma página sobre hábitos e indicações de leitura (https://www.instagram.com/livroseriesbrigadeiro/), celebrar o Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais é essencial em um país como o Brasil, onde o hábito da leitura ainda é um desafio. “É importante celebrar e incentivar as futuras gerações a consumirem cada vez mais livros. Afinal, os livros são importantes na formação de uma sociedade crítica”, afirma.
Segundo ela, a universidade também tem um papel fundamental na formação de uma cultura leitora entre os estudantes. “Eventos em formatos diversos, além de palestras, como feiras literárias, de troca e venda de livros, bate-papos e rodas de conversa, além de ações em redes sociais, são estratégias eficazes. Também é importante diversificar o catálogo da biblioteca, incluindo obras literárias, para além dos livros técnicos”, sugere.
Ao refletir sobre os obstáculos enfrentados pelos jovens para manter o hábito de leitura, Gabriele destaca que o problema vai além do uso das redes sociais. “Acho que a resposta mais ‘fácil’ seria culpar o celular, mas a pandemia e o crescimento da literatura mostraram que hoje eles são grandes aliados. O principal obstáculo é o preço do livro e a falta de incentivo nas escolas. Apesar dos e-books e plataformas como o Kindle, muitos ainda preferem a experiência de ler um livro físico. Nas escolas, a formação leitora, muitas vezes, começa tarde, já com livros densos, o que acaba afastando os estudantes.”
Ela também aponta a leitura como uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento crítico na universidade. “Ser uma leitora desde pequena me permite escrever e interpretar melhor, o que traz facilidade na hora de me posicionar e atender as demandas do ensino superior, desde as provas até os projetos. Além disso, amplia meu repertório sociocultural.”
Livros digitais
Gabriele acredita, ainda, que o acesso a livros digitais e plataformas de leitura online tem sido uma alternativa importante para democratizar o acesso à leitura. “Os livros têm virado artigo de luxo. A possibilidade de consumir e-books, que especialmente os nacionais têm preços mais acessíveis, é uma boa forma de incentivo. Plataformas como Kindle Unlimited e Skeelo são iniciativas que ajudam a tornar os livros mais acessíveis para todos.”
A celebração do Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais é uma oportunidade para reconhecer o papel fundamental dos livros na educação, na cultura e na formação de uma sociedade mais crítica e informada. Iniciativas como clubes de leitura, feiras literárias e projetos educacionais ajudam a fomentar o hábito da leitura e aproximar os livros do público.
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