
Por: Ana Paula Ribeiro Magalhães e Tácio Caldas

A situação dos refugiados é um tema complexo e exige uma cobertura aprofundada, em especial nos últimos cinco anos, com o agravar da crise na Venezuela e o aumento do número de refugiados se estabelecendo no território brasileiro. Mas até que ponto a cobertura midiática abrange esse problema? E como falar sobre isso?
Essas questões foram discutidas na roda de conversa “A influência da opinião pública na pauta dos refugiados”, durante a Semana Curto Circuito ECDE, pelos professores Felippe Ramos, cientista político e professor dos cursos de Jornalismo e Relações internacionais, e Rafaela Ludolf, coordenadora do Núcleo de Práticas em Economia e Relações internacionais, responsável pelo projeto de extensão “Refúgio em Salvador”.
“Se não entendermos que, na década de 50, a Venezuela era o quinto país mais rico do mundo, não é possível compreender a dimensão da crise venezuelana. Este é um fato interessante que pouquíssima gente sabe, pois quase não é abordado pela mídia”, ressalta o professor Felippe. Os professores fizeram críticas ao modo que a mídia procura noticiar com rapidez e acaba reproduzindo uma narrativa única e superficial sobre os refugiados, não só da Venezuela, como também em Honduras, na Síria, Guatemala.
Trazendo para uma ótica nacional, a professora Rafaela Ludolf refletiu sobre a invisibilidade dos refugiados no Brasil e da falta de políticas públicas para migração. Para ela, o Brasil é um país extremamente fechado para imigração, diferente do que acredita a opinião pública. Ela também falou sobre as experiências de organizar um projeto de extensão para a educação de regularização dos refugiados em Salvador.