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O cabelo como caminho: identidade e empreendedorismo entre mulheres negras de Camaçari

Da Redação
2 de dezembro de 20252 de dezembro de 2025 No Comments
AVERA Bahia Diversidade

Sthefane Trindade, cabeleireira e empreendedora, transformou sua própria transição capilar em negócio e fonte de autoestima para outras mulheres / Foto: Aionan Brito

Em Camaçari, mulheres negras estão transformando vivências com o próprio cabelo em empreendedorismo, autonomia e novas formas de existir

Por Ludmila Santana

Revisão por Kátia Borges

Em uma região com forte herança africana, como na Bahia, o cabelo é muito mais do que estética é um ato político. Por anos, fomos ensinadas a seguir o que era considerado o verdadeiro padrão de beleza, incapazes de olhar com carinho para os fios que cresciam e que, logo em seguida, nos levariam ao salão para retocar a raiz. Graças aos movimentos negros que ganharam força na internet na última década, muitas mulheres passaram a enxergar beleza no cachinho que cresce sem definição e a compreender que cada cabelo tem sua própria forma, textura e história.

Na última quarta-feira, 19 de novembro de 2025, a cidade metropolitana de Camaçari sediou o Fórum de Empreendimento Feminino, realizado na Casa do Trabalho. O encontro reuniu painéis, mentorias e resultou na criação da Rede de Mulheres Empreendedoras de Camaçari, reforçando o compromisso do município com a ODS 10, comprometida a Redução das Desigualdades. A iniciativa promove acesso, oportunidades e visibilidade para mulheres, especialmente negras, que buscam autonomia financeira e reconhecimento profissional.

Da transição ao empreender

Na cidade de Camaçari, onde rostos, cabelos e histórias se cruzam todos os dias, conhecemos a trajetória de Sthefane Trindade. Refém da chapinha por grande parte da vida, ela encontrou na pandemia uma  oportunidade de se reinventar, mesmo sendo  um período marcado por incertezas. Decidiu passar pela transição capilar e cuidar dos fios até que deixassem de ser pequenas ondulações para se transformarem em cachos definidos, naturais e cheios de identidade.

Ao redescobrir a beleza do próprio cabelo, a cabeleireira percebeu também a carência de profissionais especializados em cabelos cacheados e crespos na região. Foi dessa percepção que nasceu o sonho de empreender no ramo. Mesmo enfrentando dificuldades, seja pelo espaço pequeno ou pela falta de produtos, ela escolheu não desistir. Persistiu, acreditou no próprio talento e, hoje, atende em seu próprio espaço, cuidando com carinho da autoestima de outras garotas que assim como ela, aprenderam a assumir quem são.

Liberdade que nasce dos fios

Caminhando pelas ruas camaçarienses, encontramos mais uma história, desta vez marcada pela fluidez, mudança e pela forma dinâmica de expressar identidade. Diferente de trajetórias que passam pela transição capilar, aqui o amor pelo próprio cabelo sempre existiu. Mas, com o tempo, ela descobriu novas maneiras de se amar e de se reinventar.

“Faça você a sua personagem. Viva você. Viva inovando sua imagem, a sua pessoa. Se descubra, se reinvente, viva o novo”, afirma Gilmara Cruz, que enxerga no cabelo uma ferramenta de liberdade, não de aprisionamento. Para ela, a identidade se move, se transforma e acompanha cada fase da vida.

Nos dias de hoje, a versatilidade capilar está por toda parte, seja ao deslizar pelas telas,ao caminhar pelas ruas e observar estilos que vão das tranças com miçangas na ponta aos cachinhos volumosos. Se alguém deseja ter o cabelo loiro, ruivo ou até azul, basta recorrer a uma lace, que permite mudar completamente o visual e, no fim do dia, retornar ao natural. 

Identidade, raiz e negócio

Juntas, histórias como a de Sthefane e Gilmara mostram que o cuidado com os cabelos vai muito além do que a estética, se tornando um ato de coragem, identidade e oportunidade. Seja ao empreender em um espaço dedicado para valorizar cabelos cacheados ou crespos, seja ao transformar seu cabelo em um símbolo de liberdade, ambas representam uma geração de mulheres que honram suas raízes e constroem um novo ciclo. 

Em Camaçari, essas narrativas individuais se entrelaçam ao assumir seus fios e seus caminhos, elas também reafirmam a ancestralidade que as sustenta e impulsiona um movimento de empreendedorismo feminino que cresce e abre portas para quem vem depois em Camaçari.

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