Por conta do distanciamento social, museus realizam atividades através das mídias sociais, como Instagram
Por Tainara Neves
Revisão: Ismael Encarnação
Para driblar a falta de público visitante dos museus da Bahia, devido a pandemia do coronavírus, os museus geridos Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do estado (Ipac), encontraram nas mídias sociais alternativas para manter o contato com o público.
Segundo João Carlos Oliveira, diretor geral do Ipac, os museus da instituição estão desde o início do isolamento social realizando ações de divulgação dos acervos, atividades virtuais e comunicação com o público.
“De forma remota, as equipes continuaram trabalhando na preservação dos acervos, revisão da documentação museológica, planejamento e execução de atividades em ambientes digitais”, relata o diretor.
Essas atividades acontecem no Instagram @museusdabahia.
Atividades virtuais
Nas mídias sociais do Museu Tempostal, do bairro do Pelourinho, há uma série com vídeos, intitulada“Museu Tempostal: olhares sobre a cidade de Salvador”, com produção e parceria do historiador Daniel Rebouças.
O Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica, do mesmo bairro, também traz uma série como roteiro de visitação de Salvador, “Udo e a cidade”, com o professor Sávio Roz.
A série audiovisual, possui vídeos como: “A fundação de Salvador”, uma prévia da ocupação portuguesa antes e durante a construção da cidade; “Aterramento da Cidade Baixa”, que mostra como ocorriam as dinâmicas de chegada de embarcações, as mudanças na Conceição da Praia e o trabalho escravo.
Outras produções em destaque são “Dor e alegria na cidade da Bahia”, que fala sobre os pelourinhos existentes na cidade, e sobre as paqueras na Salvador colonial e imperial.
O museu traz ainda o vídeo da visitação aos azulejos do Centro Histórico, com o professor Estácio Fernandes.
Preservação
Com média de 51 museus, Salvador apresenta a cultura e história da cidade, como também da Bahia e do Brasil. Esses museus funcionam na capital soteropolitana como atividade cultural, atrativo turístico e lazer para visitantes.
Segundo a historiadora Isis Omar da Silva, esses locais não são somente para guardar objetos, são espaços que preservam fatos da memória histórica e social. Para Silva, a arte é como uma rede que se repousa a busca pelo saber e pelo prazer.
“A arte é lenitiva, a arte é essencial, sem a arte não há vida”, afirma.
Em complemento, a historiadora relata que os museus são lugares onde são guardados fatos e objetos que remetem a um povo, circunstâncias da sociedade e ancestralidade. “Por isso é importante preservá-los”, afirma.
“Quando não se preserva toda nossa memória cultural, social e pedagógica, elementos deixam de existir, embora tenha a tradição oral, que se guarda as coisas mais profundas e significativas. Mas, ainda assim, é preciso que haja registro e é um registro não está nos livros, mas nos museus”, pontua a historiadora.
Alguns museus de Salvador
Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM)
Localizado na Baía de Todos os Santos, é um dos lugares mais visitados na capital soteropolitana. Possui acervo de fotografias, esculturas e pinturas, assim como esculturas de grandes artistas como Di Calvalcanti, Tarsila do Amaral e Portinari.
Palacetes das Artes
Localizado no bairro da Graça, o palacete das artes conta com um acervo rico e diversas exposições temporárias de grandes artistas, como Frida Kahlo.
Mafro – Museu Afro-brasileiro da Universidade Federal da Bahia
O museu possui acervo de mais de 1100 peças com materiais africanos e afro-brasileiros, com a preservação e divulgação da arte das matrizes culturais. O museu se localiza no prédio da Faculdade de Medicina da Bahia em Salvador.
Devido a pandemia do novo coronavírus, os museus de Salvador encontram-se fechados para visitações presenciais.
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Produção e coordenação de pautas: Márcio Walter Machado