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Mudanças climáticas: saiba como a cotonicultura baiana vem enfrentando os desafios climáticos para manter a qualidade da produção de algodão

Da Redação
18 de setembro de 202418 de setembro de 2024 No Comments
2024 abapa Algodão AVERA Jornalismo Salvador UNIFACS

Vice-presidente da ABAPA, Alessandra Zanotto aposta na tecnologia para manter a qualidade da produção diante da crise climática | Foto Embrapa/Divulgação

Apoiada nos pilares e metas da Better Cotton, a Associação Baiana de Produtores de Algodão (ABAPA) investe em tecnologia para tornar o setor ainda mais resiliente

Por Júlia Apenburg Ma

Revisão e orientação Kátia Borges

O derretimento das calotas polares e o aumento do nível do mar, consequências da elevação da temperatura global, vem exercendo influência direta sobre as culturas agrícolas, determinando adaptações nas diferentes regiões de cultivo. A alternância entre grandes inundações e longos períodos de estiagem, além do estresse hídrico, tem sido um dos principais desafios para os produtores em todas as áreas do agronegócio.

Na cotonicultura, setor liderado mundialmente pelo Brasil, com o recorde de mais de 3,7 milhões de toneladas na safra 2023/2024, o Better Cotton tem como meta reduzir, até 2030, 50% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) por tonelada de fibra certificada em relação aos índices registrados em 2017. Programa de sustentabilidade que representa mais de 2.500 associados, a entidade valida boas práticas na cadeia produtiva do algodão em 80 países.

Vulnerável às alterações do clima, que podem ocasionar deslizamentos de terra e enchentes, a produção de algodão tem o potencial de contribuir para a mitigação das mudanças climáticas por meio do sequestro de carbono no solo. Este processo se dá quando o dióxido de carbono da atmosfera é armazenado, criando reservas sustentáveis, o que pode ser obtido por meio das tecnologias da Agricultura de Precisão e da Agricultura Digital.

“Em todo o mundo, a agricultura trabalha lado a lado com a inovação, com foco não apenas em aumentar a produtividade e alcançar menores custos, mas, também, com o objetivo de obter excelência nos processos de produção, de modo a encarar os desafios climáticos com assertividade”, explica Alessandra Zanotto Costa, atual vice-presidente da  Associação Baiana de Produtores de Algodão (ABAPA).

Monitoramento contínuo

Localizada no município de Luís Eduardo Magalhães, a ABAPA representa os cotonicultores baianos do Oeste do Estado, que atuam na região de agronegócios conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Alessandra Zanotto, que assumirá a presidência da entidade em janeiro de 2025, destaca que o investimento em tecnologia tem sido central no contexto das mudanças climáticas.

Na Bahia, que ocupa o posto de segunda maior produtora do Brasil, de acordo com dados divulgados em fevereiro deste ano pela ABAPA, a área plantada alcançou 344,4 mil hectares na safra 2023/2024, com um crescimento de 9,3%, mesmo em circunstâncias climáticas adversas. Diante da irregularidade das chuvas, consideradas abaixo da média para o período, os produtores recorreram ao uso de sensores digitais na irrigação complementar.

Sensores digitais medem a umidade do solo e indicam com precisão a necessidade de complementar a irrigação | Foto Embrapa/Divulgação
 

Na opinião de Alessandra Zanotto, os resultados já obtidos e as iniciativas que devem nortear as ações futuras na cotonicultura passam pelo apoio tecnológico adequado, a exemplo do monitoramento contínuo das condições climáticas por meio de sensores digitais que registram em tempo real dados sobre a umidade do solo e do ar. “Tudo que a tecnologia nos oferece favorece a evolução do agronegócio, seja o rigor no controle meteorológico,  a Agricultura de Precisão ou a aplicação de defensivos agrícolas e fertilizantes”, observa.

Gerente da Fazenda Santa Isabel, localizada em Luís Eduardo Magalhães e que integra o Grupo Franciosi, um dos maiores do país, o engenheiro agrônomo Ronaldo Vieira reforça a importância da tecnologia, especialmente no que se refere aos mecanismos de irrigação. “São produzidos em torno de quatro mil quilos por hectare sem irrigação complementar. Com a irrigação, alcançamos de cinco a seis mil quilos por hectare”, compara.

Irrigação complementar

A irrigação, ajustada com precisão a partir do monitoramento digital, permite, de acordo com Ronaldo Vieira, aproveitar a água das chuvas e dos lençóis freáticos. “Optamos por, em lugar de aumentar a área, complementar a irrigação”, diz. As soluções, segundo ele, partem da constatação de que, no semiárido cerrado, as alterações climáticas devem ser enfrentadas com estratégias inteligentes e sustentáveis, a partir dos recursos naturais disponíveis. 

“Quando está muito seco, precisamos de mais água. E ela vem de onde? Da pluviometria. Temos um solo muito poroso e um dos maiores aquíferos do mundo, o Urucuia. Depois que acabam as chuvas, os produtores passam a se adequar, complementando as irrigações, o que melhora a eficiência da produção”, esclarece. O monitoramento contínuo das condições climáticas permite determinar com exatidão as necessidades hídricas.

Sistema de irrigação automatizada em Luís Eduardo Magalhães | Foto Yurika Hidaka/Divulgação
 

As iniciativas tecnológicas que foram implementadas pelos produtores baianos, para enfrentar as alterações climáticas, estão em consonância com os pilares de atuação da Associação Brasileira de Produtores de algodão (ABRAPA) — qualidade, sustentabilidade e promoção —,  justificando-se ainda pelo crescimento da produtividade na região Oeste da Bahia e pelo reconhecimento da qualidade da pluma baiana no mercado internacional.

Diretora de relações institucionais da ABRAPA, Silmara Ferraresi pontua tanto o esforço em superar as adversidades quanto o cenário que se desenha hoje no setor. “Quando  falamos da relação da cultura do algodão com as questões climáticas, vemos que essa é a preocupação que temos para o agro como um todo. O produtor, mais do que ninguém, tem a preocupação com a conservação dos recursos naturais e com a qualidade”, observa.

Certificações de qualidade

Em relação à qualidade da fibra brasileira, Silmara Ferraresi destaca o programa PQAB, desenvolvido pela ABRAPA em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Trata-se de uma certificação voluntária baseada em padrões de identificação e de verificação que permite a avaliação da cadeia produtiva do algodão, visando assegurar a correspondência entre as informações dos produtores e os requisitos dos fardos/amostras.

O objetivo do programa PQAB é garantir a transparência e a confiabilidade do algodão produzido no Brasil. Na análise da safra 2023/2024, 92% dos fardos de plumas baianos ganharam o selo de certificação. As certificações da ABRAPA incluem ainda a ABR, na qual são verificadas as condições socioambientais de cada fazenda produtora que, em parceria com a Better Cotton, estabelece requisitos que vão da saúde dos trabalhadores à proteção das nascentes e preservação dos biomas, da água e do solo.

A qualidade do algodão brasileiro, reconhecida internacionalmente, é certificada por critérios socioambientais da ABRAPA e do Better Cotton | Foto Júlia Apenburg Ma

A preservação ambiental integra, portanto, os requisitos exigidos para que a qualidade do algodão brasileiro continue a ser reconhecida no mercado internacional e estes se baseiam, por sua vez, na Abordagem Climática e nas metas de redução de emissões de GEE estabelecidas pela Better Cotton até 2030. Na mira, está a má gestão do uso de fertilizantes à base de nitrogênio, entre outras ações consideradas de impacto negativo.

Lançada em 2021, com base nas práticas de ESG (Governança ambiental, social e corporativa), a Abordagem Climática da Better Cotton prevê, entre outras medidas, o tratamento e a reutilização da água e o cumprimento da política nacional de resíduos sólidos (PNRS). Os objetivos contemplam a expansão da cotonicultura e a conscientização dos produtores, com a adoção de práticas regenerativas, em uma adaptação do agronegócio às mudanças climáticas. A tecnologia tem sido uma aliada nesse processo de transformação.

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