A palestra virtual abordou as diversas e interativas maneiras de contar histórias em livros digitais
Por Maria Fernanda Caribé
Revisão por Gabriel Ornelas
Na noite da última segunda-feira (06), deu-se a largada para a Semana de Arquitetura e Urbanismo & Design de 2024, o evento começou com a palestra virtual “Livros digitais e a questão da materialidade livresca: perspectivas para o designer”, com a convidada Carina Flexor e mediada pela professora de comunicação da Unifacs Universidade Salvador, Renata Khalid.
A conversa teve seu foco na adaptação e projetos gráficos de livros nos espaços eletrônicos, nos quais tiveram seus projetos pensados ou alterados para ocuparem as telas digitais.
“Eu tenho uma ideia de livro muito bem fortalecida na minha cabeça. Páginas sequenciadas com acabamentos sem costura, cola, grampo, capa, enfim, né? […] Livro pra gente, historicamente, é esse objeto que eu acabo descrevendo. Só que quando a gente vai para o ambiente digital, esse livro se pulveriza. […] vai perdendo essas características históricas e não ganha um modelo, mas ganha múltiplos modelos”, disse Carina.
Para ilustrar, Flexor trouxe exemplares de algumas obras do público infantojuvenil, como “Dez Amigos”, do escritor brasileiro Ziraldo, e “A história de Pedro Coelho”, da escritora inglesa Beatrix Potter, nos quais tiveram um projeto gráfico adaptado para participar dos ambientes digitais.
Além disso, outro projeto apresentado na noite foi o livro aplicativo “The Silent History”, nele quebra-se o padrão modelo de livro físico conhecido e já demarcado na cabeça das pessoas. Mostrando uma narrativa fictícia sobre um mundo que por volta do ano de 2010 crianças começaram a nascer sem a habilidade de se comunicar, o leitor tem o recurso de ser leitor-autor nessa história, decidindo para onde essa narrativa se desloca.
“Hoje, esses livros não só a gente os lê, como nós somos lidos [por eles]. Então é o que eu chamo de ‘o que lemos e o que nos leem?’, a gente está lendo um livro que está automaticamente nos lendo, através de quê? […] Um grau de participação um pouco maior [do leitor]”, concluiu Carina.