Engenheiro ambiental, André Fraga, ressalta a importância da cidadania no período de pandemia
Por Fernanda Bruno
Revisão: João Greco
Os possíveis efeitos do coronavírus sobre o meio ambiente são tema de uma live realizada no Instagram, na quinta-feira (07). O diálogo é promovido pela professora da Unifacs, Dinsjani Pereira, e André Fraga, engenheiro ambiental e ex-secretário de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência de Salvador.
Em isolamento social, muitas pessoas têm deixado de ir trabalhar, frequentar shoppings e restaurantes. Pereira e Fraga alertam então para o aumento no consumo de energia elétrica e produção de resíduos domiciliares, resultantes da permanência das pessoas em casa.
Com o acesso às praias também restrito, Pereira atenta para o fato de que as praias estão mais limpas. “Quem suja somos nós”, explica Fraga. “Em cidades que liberaram o acesso às praias, notou-se a volta do lixo nesse ambiente”, completa.
Segundo Fraga, assim como os órgãos públicos, a população precisa exercer a cidadania e fazer a sua parte para preservar o meio ambiente. “Nós somos cidadãos e também temos nossos deveres. Não é só a secretaria, a prefeitura”, ressalta.
As máscaras
Como os brasileiros estão começando a se habituar ao uso de máscaras, Fraga dá dicas para que elas sejam descartadas adequadamente. “É importante ter cuidado. Faça com que ela fique dentro do lixo e, de preferência, com uma segunda camada de plástico envolvendo-a”, alerta.
Segundo Fraga, esses cuidados evitam que outras pessoas tenham contato com o objeto contaminado e ajudam a preservar a vida dos profissionais que vão efetuar essa coleta.
Mudança de foco
A professora e o engenheiro relembram que, ao longo dos meses, algumas tragédias ambientais ocorreram seguidamente. Segundo eles, a sequencialidade desses acontecimentos fez com que o assunto mudasse de forma repentina.
Os profissionais entendem que é normal a mudança. “É natural que o foco seja resolver o problema do coronavírus”, comenta Fraga. Mas ressaltam a importância do debate acerca de outros assuntos. “O fogo na Amazônia continua”, aponta Pereira.
Esse assunto acaba levando, também, à questão do óleo nas praias, registrado há quase 9 meses e que ainda não tem respostas. O óleo continua presente, entretanto, não foi encontrado a mais do que o já contado.