Os três icônicos jornalistas do mundo esportivo faleceram em menos de 24 horas

Por: Cauan Pacheco

Revisão por: Airton São Pedro

Referências, sinônimos de profissionalismo e carisma. O mundo esportivo amanheceu de luto nesta manhã de quinta-feira (16), com a notícia do falecimento dos jornalistas Antero Greco, Silvio Luiz e Apolinho. 

Apolinho morre aos 87 anos

Ex-treinador e dirigente esportivo do Flamengo, o jornalista Washington Rodrigues, conhecido como Apolinho, faleceu na noite desta quarta-feira (15), durante o intervalo do jogo do Flamengo, em decorrência de um câncer no fígado. Sua morte foi divulgada durante a transmissão da Rádio Tupi com muita tristeza pelo locutor Luiz Penido.

Graças ao locutor Celso Garcia, Washington ganhou o apelido de “Apolinho”, pois o microfone sem fio que ele usava era semelhante ao dos astronautas da expedição Apollo 11. Com um enorme carisma, Apolinho era admirado pela torcida das quatro grandes torcidas do Rio de Janeiro mesmo sendo flamenguista, por sempre manter a sua imparcialidade.

O Velho Apolo foi o autor de icônicos jargões, que até hoje estão na boca dos amantes de futebol por todo o país, como a expressão “Chocolate” usada para se referir a uma grande goleada ou a frase “Briga de cachorro grande” utilizada quando dois times fortes se enfrentam.

Seu corpo foi velado na Gávea, sede do Flamengo, e será enterrado nesta quinta-feira (16) no cemitério São João Batista, em Botafogo.

O adeus a Anterito 

Antero Greco faleceu aos 69 anos, vítima de um tumor cerebral, o qual lutava há dois anos. O apresentador começou sua carreira profissional aos 19 anos como revisor do Estadão, e foi promovido três anos depois a repórter esportivo. Antero ingressou na ESPN em 1994 e em 2000 passou a fazer parte do SportsCenter, programa noturno que marcou a sua carreira.

O SportsCenter foi a grande marca da brilhante carreira de Antero, apresentando-o junto a Paulo Soares, o “Amigão”. Essa dupla eternizou o programa esportivo na memória dos telespectadores com seu jeito profissional porém descontraído, onde era frequente ambos caírem no riso ao vivo, com piadas muitas vezes causadas por nomes de jogadores engraçados. Os momentos engraçados os quais Antero participou com Paulo viraram febre na internet, com cenas marcantes como a reportagem sobre o atacante Milton Caraglio e a matéria sobre o sósia de Cristiano Ronaldo, o “CR7 da Mooca”.

Sua partida causou comoção no mundo do futebol e em seus companheiros de profissão. Por meio do Twitter, o comentarista Leonardo Bertozzi deixou o seguinte agradecimento: “[…] Impossível não admirar seus valores. Obrigado por ter dignificado nossa profissão. Que honra ter podido conviver tanto tempo contigo e aprendido tanto.”

Seu enterro ocorreu às 16h desta quinta-feira (16) no Cemitério do Redentor, localizado em Sumaré, na zona oeste de São Paulo.

A despedida a Silvio Luiz 

Autor de icônicos bordões e uma voz inconfundível, Silvio Luiz faleceu aos 89 anos, em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Silvio sofreu um derrame durante a transmissão de Palmeiras e Santos pela final do Campeonato Paulista deste ano e estava na UTI desde o dia 8 de maio, após complicações no seu quadro.

Silvio sempre foi apaixonado por futebol e chegou a ser árbitro durante o fim da década de 60. Posteriormente trabalhou como locutor em diversos veículos de comunicação, passando pela SBT, TV Excelsior, Record e Rede Bandeirantes, ficando na memória dos telespectadores pelos seus criativos bordões. O narrador Everaldo Marques usou o Twitter para prestar suas condolências e para ele a linguagem única de Silvio marcou de maneira sem igual as transmissões esportivas na TV. 

“Confira comigo no replay”, “Pelas barbas do profeta”, “Olho no lanceeeee!” são apenas alguns dos vários bordões que marcaram a sua carreira como narrador e locutor. O Jornalismo perde com a partida de três jornalistas que são admirados por suas carreiras, sendo excelentes profissionais e, além de tudo, exemplos de carisma e caráter.

Seu corpo será velado às 9h da sexta-feira (17), no cemitério Gethsêmani em São Paulo.