Live aborda a busca por um branding mais inclusivo ao modelo tradicional de publicidade e o papel da Bahia e do Nordeste na disputa pelas marcas
Por Eduardo Bastos
Revisão: Ismael Encarnação
Nesta terça-feira (18), a Jornada Social Media, realizou a live “Brand Experience: ferramentas e estratégias no mercado da comunicação”, através da Plataforma Blackboard.
Mediada pela professora Camila Farias, a live conta com comunicóloga Kika Brandão, da agência de consultoria Estúdio Eixo, trazendo um modo inovador de se comunicar com o público e repensar a relação entre a comunicação e a transparência.
Brandão, que atuou na Editora Abril, em São Paulo, liderando uma campanha para a loja C&A, conta que passou a ver a moda mais como comunicação do que como produto, o qual se fala mais da personalidade da marca do que da roupa em si.
Com a evolução do mercado e do próprio público, Brandão destaca que a publicidade passa a sair do lugar comum e olhar as dores que se deve resolver, os problemas e situações culturais que se deve trabalhar.
“Dados entregam o onde, mas não o como e o porquê. No [Estúdo] Eixo, se estuda comportamento, identifica a cultura e indica movimentos que ajudem marcas a construir estratégias mais relevantes”, afirma Brandão.
O Estúdio Eixo traz uma abordagem onde se enxergue além do lugar comum e se observa cuidadosamente a “complexidade das pessoas”.
Além de se destacar por sua pluralidade, a empresa também adotou a chamada “Imersão”, que, segundo Brandão, significa que cada projeto específico reúne seu respectivo time de especialistas focados nesse produto.
Assim, o “mesmo time não tem que entregar a comunicação de cervejas, máquinas de lavar, vinhos e mais produtos diferentes”.
Bahia e Nordeste
Brandão, que atualmente mora e atua em Salvador, destaca que o mercado publicitário do Nordeste e da própria Bahia têm ganhado grande força. Segundo a especialista, os profissionais precisam estar preparados para essa descentralização do eixo publicitário tradicional.
“A Bahia é o centro do Brasil. A gente precisa valorizar nossa cultura. Não existe falar de cultura sem falar de Bahia. Aspectos de alimentação, uma populaça muito grande. A Bahia está liderando a nossa revolução cultural do Brasil. O que tem de mais interessante da música, de arte, sai daqui. O potencial de negócio é enorme”, afirma Brandão.
“A Bahia é um território de disputa de marcas. Veja o exemplo das cervejarias, a quantidade de marcas que disputam o mercado baiano com diversos projetos culturais e eventos”, exemplifica Brandão.
Olhar diferente
A consultora ressalta que “ver de outra forma ajuda a entender se o diferente está se organizando e sentindo desejo daquele produto ou serviço”. É um branding novo e menos seleto, daí surge um processo de educação e consultoria muito mais empático, muito mais inclusivo.
“O público 18a 35 anos de São Paulo não é o mesmo público 18a 35 anos de Salvador. São públicos totalmente diferentes, comportamentos e hábitos diferentes”, afirma Brandão.
“Temos que espiar mais os comportamentos da audiência, das pessoas, para conseguir criar uma relação, não é só comprar e vender”, complementa a mediadora, Farias.
Brandão cita a “gambiologia”, que, segundo a especialista, é o brasileiro usando a gambiarra como ferramenta de existência, em um design de correria e que esse processo é uma grande inspiração do Estúdio Eixo.
“Faculdade é esse lugar da inquietude, tentar entender o lugar das coisas. Comunicação é o grande pilar da humanidade, para a gente entender cultura, comportamento, é muito poderoso. Explorem muitos coletivos, mais alternativas. Existem muitas possibilidades no mercado de trabalho e acho que esse momento é muito legal para explorar e investir na comunicação”, finaliza Brandão.
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Produção e coordenação de pautas: Márcio Walter Machado