Estudantes apresentaram, entre outros assuntos, abordagens étnica racial na sociedade e no ambiente acadêmico
Por: Adrielly Lima
Revisão: Julya Ferreira
Diversifique FEM é um grupo de estudo criado em 2020 pela professora e psicóloga Anni Carneiro, onde passou a integrar o AprendizAfro, uma iniciativa fundamentada na falta de aprofundamento e discussão sobre pautas étnico raciais no ambiente acadêmico.
Dando início ao Simpósio, a técnica de enfermagem e aluna de psicologia da Unifacs, Adriane Lacerda Garcia, foi convidada para falar sobre “O caminho do climatério até a menopausa: enlaces sobre sexualidade, sexismo e relações de afetividade”.
O desenvolvimento socioemocional infantil
A psicóloga Norma Tessaro conta sobre as implicações do racismo para o desenvolvimento socioemocional infantil, onde existe um processo de racionalização e hierarquização de raças e que estimou a realização de um artigo científico em construção onde busca entender como é o aprendizado infantil.
Tessaro cita que o racismo é uma violação de direito e que nesse caso impede que as crianças cresçam sem ser constrangidas, que o adultocentrismo tem a dinâmica do que seja certo a se fazer, preparando o outro para um futuro parecido, fazendo com que a criança perca a sua essência.
Ressaltando sobre a vulnerabilidade das crianças, a psicóloga retrata sobre as conclusões das pesquisas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontando que a criança negra é o ser mais indefeso e que o gênero que mais se suicida é o masculino e negro.
‘’A maioria das razões que levam ao racismo e situações piores é mediante a falta de pertencimento racial, problemas na construção da identidade individual da pessoa e falta de perspectiva socioeconômica’’, explica Norma.
A psicóloga diz que a decisão de fazer esse trabalho parte do questionamento ‘’quais são os efeitos que o racismo tem trazido na saúde mental dessas crianças?’’ Formulando conceitos e hipóteses se existe necessidade ou não de uma elaboração preventiva para evitar que as demais crianças adoeçam na sociedade.
Dando continuação as pesquisas, a aluna, cocriadora e coordenadora do projeto AprendizAfro, Luíza Helena fala sobre as “Feminilidades negras e trans em relações românticas heterossexuais: Um olhar de dentro, onde a própria observa e faz a autotipografia”.
Helena diz sobre a necessidade de estudar sobre a questão do afeto entre a população negra e trans, onde expõe a importância de trazer a junção de ambos no mesmo cenário já que não se encontra a leitura no mesmo ambiente.
Luísa justifica que para a criação desse trabalho é fundamental falar sobre mulher trans, relações afetivas e de mulheres negras em grupos isolados com experiencias.
“Apesar de ser de classe média, é necessário que outras pesquisas com mulheres trans e negras sejam desenvolvidas para falar dessa experiência’’, conclui Helena.
Finalizando o simpósio, o aluno de psicologia Davi Cazumbá fala sobre a introdução do seu trabalho que é sobre homens negros e gays.
Ele menciona sobre uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública no ano de 2018, em que os homicídios de homens negros e gays estava na faixa de 55,6%. Trazendo também dados de outros campos como Scielo, banco de dados e artigos para englobar ao seu trabalho que sendo composto.
‘’Apesar de ser um pouco delicado para mim, e ter relutado para falar, ele é necessário ser pautado. A chance de uma pessoa negra para uma pessoa branca sofrer um homicídio no ano de 2018 era de 2,7 mais, e sabemos que o Brasil é um país onde tem um alto índice de pessoas negras se for comparada com outros países’’, descreve o aluno.
A professora Anni Carneiro conclui fazendo algumas observações de questões inseridas no trabalho dos alunos e agradecendo a presença de todos que ali estavam presentes.
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Produção e coordenação de pautas: Márcio Walter Machado