O conforto de trabalhar em casa levanta questões sobre produtividade e até o relacionamento familiar
Por Ana Vitória Vianna, Daniel Costa, Márcia Moreira e Rayssa Mota
Revisão: Antônio Netto
A possibilidade de as pessoas trabalharem online, diretamente das suas casas, transformou-se em necessidade no processo de lockdown para conter o avanço do vírus. Com isso, a jornada de trabalho foi modificada e o processo laboral foi dinamizado.
Um estudo elaborado pela Fundação Instituto de Administração (FIA) revelou que o home office foi adotado por 46% das empresas durante a pandemia. Das empresas pequenas às startups e grandes negócios, o trabalho remoto dinamizou e consolidou um novo processo laboral no país.
Embora a adesão a este novo modelo esteja crescente, algumas empresas são resistentes à implementação, devido a necessidade de infraestrutura e a insegurança quanto à produtividade fora dos escritórios tradicionais.
A barreira cultural existente ainda consegue ser sobreposta pela adaptação aos novos modelos de trabalho. Gestões que já os experimentavam ampliaram a modalidade para outros setores.
Desafios e oportunidades
Kelly Aparecida, auxiliar financeiro da empresa Educacob, especializada em recebimento de créditos educacionais, afirma que o início do trabalho remoto envolveu muitos desafios, já que era necessária muita confiança na equipe. Por isso, a empresa realizava reuniões por videoconferência a cada semana e mantinha um diálogo direto com os funcionários.
“Com a pandemia, foi reduzido o contrato de trabalho de alguns funcionários, o que afetou a produtividade da empresa. Mas, já no segundo semestre de 2021, a empresa já não pensava no seu retorno ao presencial, devido à flexibilidade e o conforto que o home office proporciona”, ressalta Aparecida.
Para Danilo Ramalho, engenheiro da empresa Vinci, que administra toda a área pavimentada do Aeroporto Internacional de Salvador, o home office foi imprescindível no contexto da pandemia e revelou que pode ser uma aposta para este novo mundo do trabalho.
Embora Ramalho não tenha participado da política de home office da empresa, por conta da sua função ter a necessidade da presença no local para a realização do trabalho, ele destaca que a maioria dos funcionários administrativos da empresa foi deslocada para o trabalho remoto.
Casa e família
Com a pandemia, de acordo com Felipe Isaac Lins, programador e desenvolvedor de software da empresa Cubos, o processo de adaptação ao home office não foi tão desafiador porque a empresa já tinha um sistema de trabalho remoto por ter vários colaboradores de regiões e estados diferentes no Brasil.
Apesar disso, Lins destaca que a sua adaptação ao remoto envolveu também a adaptação da sua família que, por vezes, não entendia que estar em casa, fora do escritório tradicional da empresa, era sinônimo de trabalho. Para ele, questões com foco e produtividade também permeiam esta nova forma de trabalho.
A empresa mantém o seu sistema laboral de forma híbrida. Aquele que deseja se deslocar ao escritório, o encontra de portas abertas, mas também tem a opção de trabalhar em casa. Segundo Lins, ir à empresa promove uma socialização importante, o que não exclui a possibilidade de o funcionário escolher qual será sua melhor forma de trabalho.
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