Alunos, atletas e professores explicam os motivos do crescimento do esporte e contam sobre a influência do esporte em suas vidas
Por Leonardo Góes
Revisão: Gabriela Ribeiro
Em meados dos anos 60, a prática do futebol havia sido proibida nas praias e, graças à criatividade de alguns amantes da modalidade, a alternativa encontrada foi utilizar uma quadra de volêi de praia, esporte permitido na época.
Aos poucos, a prática começou a ganhar mais adeptos, incluindo jogadores de peso do futebol de campo brasileiro daquele período.
Desde então, o esporte tem se popularizado e ganhado força ao longo das faixas de areia por apresentar uma dinâmica de jogo que atrai olhares e possibilita um trabalho corporal completo.
Apesar de todo o sucesso, o futevôlei demorou mais de 20 anos até conseguir formalizar associações que representam a categoria, como a Confederação Brasileira de Futevôlei (CBFV), em 1988.
Após 30 anos da formação da CBFV foi realizada a primeira edição do evento ‘Bahia Open de Futevôlei’, no final de 2021, na capital baiana. A proposta acertada resultou na segunda edição do evento ocorrido nos últimos dias 8, 9 e 10 de abril, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador.
Para o professor e atleta de futevôlei, Anderson Brasil, mais conhecido como “Grande”, é gratificante ver o crescimento do esporte e passar os seus conhecimentos aos alunos.
“Tento sempre demostrar na prática tudo que falo e sempre repetindo movimentos até levar à perfeição. É um esporte que trabalha o corpo todo, tanto membros inferiores como superiores e é muito desafiador. Sempre você tem algo a melhorar”, explica o professor.
Aos 40 anos de idade e com metade da sua vida dedicada ao esporte, “Grande” ressalta a ascensão da modalidade e destaca a categoria feminina.
“Com a evolução [do esporte] veio o futevôlei feminino que hoje tá tomando conta de tudo e isso é muito importante, pois acaba com a discriminação de que mulheres não podem fazer o esporte”, esclarece o esportista.
De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021, 53% da população mundial declarou praticar atividade física ou qualquer modalidade esportiva. As mulheres representam mais de 46% deste grupo.
Um exemplo real desses dados é a estudante Maria Eduarda Botelho, de 19 anos. Praticante de futevôlei, a aluna do professor Brasil diz se sentir acolhida no esporte e torce pelo crescimento e reconhecimento da categoria feminina. A jovem ainda conta que ficou admirada ao ver o futevôlei pela primeira vez e ressalta a sua relação com os esportes.
“Sempre amei e pratiquei esportes durante toda a minha vida, então, quando surgiu a oportunidade de fazer a aula, eu não pensei duas vezes. Eu treino duas vezes por semana e quando surge uma oportunidade jogo nos fins de semana também”, declara a estudante.
Para a atleta, o futevôlei é extremamente importante para a sua saúde física e mental e as principais influências do esporte na sua vida são a força de vontade e a persistência, além do impacto social.
“É um esporte para todas as idades, então eu acabo conhecendo pessoas de todas as faixas etárias e saio da minha bolha, o que é muito legal e interessante”, completa Botelho.
Assim como ela, o seu parceiro no amor também frequenta as areias da praia e forma a sua dupla no jogo. Leonardo Barbosa, 19, afirma que o futevôlei o fisgou pela primeira vez a partir de uma aula experimental. Para ele, o esporte faz bem para a saúde e ajuda na resistência física, além de unir as duas paixões do casal: o esporte e a praia.
“Jogo pelo menos três vezes na semana ou até quatro, mas se pudesse jogava todo dia. Desperta um lado mais competitivo em mim, funciona como uma terapia”, revela o jovem.
Também amante do futevôlei, o atleta Mateus Rodrigues, 22, diz estar feliz e realizado com o esporte que considera bastante prazeroso dentro e fora das quadras. Ao falar sobre a experiência de participar de uma competição, Rodrigues relata que foi um mix de nervosismo, estresse e prazer.
“Acredito que, no aspecto competitivo, o nível de concentração e garra se eleva ao máximo e extrai o seu melhor no esporte”, confessa o estudante de Psicologia.
Para ele, a ascensão do futevôlei está ligada ao relacionamento entre as pessoas envolvidas e à sensação de felicidade ocasionada pela prática. Além disso, o esportista ressalta a praticidade e como a formação do jogo, que envolve poucas pessoas, auxilia no entrosamento dos membros e, consequentemente, numa maior efetividade em qualquer lugar do mundo.
“Eu incentivo a prática do esporte pela qualidade de vida, saúde e realização pessoal. Uma evolução tanto quanto imediata mediante a constante prática do esporte, além de ser extremamente apaixonante”, declara Rodrigues.
Visite o Instagram da AVERA e conheça nossos conteúdos exclusivos.