Amantes e profissionais comentam sobre o crescimento da modalidade no país
Por Luiz Guilherme Leal
Revisão: Daniel Freitas
O Futevôlei, criado originalmente no Rio de Janeiro na década de 60, é um esporte que mistura outros dois esportes já conhecidos, o futebol e o vôlei de praia. Conta-se que a modalidade foi criada por brasileiros que tentavam driblar a proibição de jogar futebol instaurada pela ditadura naquela época.
O futevôlei logo se tornou um sucesso e hoje, após pouco mais de 30 anos da formação da CBFV (Confederação Brasileira de Futevôlei), a modalidade não se limitou ao âmbito do entretenimento, e competições profissionais foram ganhando espaço.
Fundada em 2002, a LNF (Liga Nacional de Futevôlei) é um torneio que recebe grandes clubes do Brasil que aderiram a modalidade para disputar um torneio de pontos corridos. Na Bahia, a equipe do Vitória é um dos times participantes desde 2022, contando em seu elenco com o ex-jogador de futebol Preto Casagrande, que já vestiu as cores do Rubro-Negro baiano.
Diante do exponencial crescimento do esporte no cenário nacional, se tornou comum e até inevitável passar pelas praias e não notar pessoas jogando, e até mesmo escolinhas profissionais, nas faixas de areia das praias.
Um exemplo é a escolinha do professor Johnson Junior, a “Team John Futevôlei”, localizada na praia da Paciência, no bairro da Ondina.
Amante de esportes desde criança, Johnson conta que seu amor pelo esporte e o apelo dos amigos o incentivou a iniciar o projeto. “Em 2019, depois de muita insistência do pessoal, eu resolvi dar aulas de futevôlei. Comecei primeiramente com dois alunos, três, quatro e foi crescendo rapidamente”, comenta o professor.
“Aí, eu resolvi oficializar, fazer a escolinha mesmo, divulgar no instagram e chamar uns parceiros para trabalhar comigo e procurar tomar cursos online, vídeo aulas e tudo mais. Hoje, graças a Deus a gente tá consolidado de 2019 pra cá. E a tendência é essa. Cada vez, crescer”, relata Johnson.
Com a crescente da modalidade, o professor destaca a importância das escolinhas para o desenvolvimento dos atletas amadores que ainda almejam competir.
“As escolinhas fazem com que atletas amadores, a galera que vai pela estética do exercício, consiga enxergar que consegue competir sim. Que, com prática, você vai conseguir aprender e competir com uma galera que está há mais tempo no mercado”, opina Johnson.
Aos 31 anos, o professor ainda crê que, com o aumento da popularidade, o futevôlei possa alcançar voos maiores e quem sabe se tornar um esporte olímpico. “Quanto mais popular o esporte, quanto mais gente praticar o esporte, mais fácil de ter maiores investimentos e mais mídia em cima dele. A meta é botar o futevôlei para ser olímpico”, almeja Johnson Junior.
Com o estouro do esporte, emissoras de TV e mídias digitais vem propagando cada vez mais informações sobre o futevôlei, criando assim uma legião de fãs e admiradores da modalidade.
Entusiasta do esporte e aluna do “Team John Futevôlei”, a estudante Maria Eduarda Bahia, conta como despertou o interesse pela modalidade. “Eu jogava altinha na praia, então já gostava muito de esportes com bola. Um dia assisti um campeonato no Youtube e me interessei muito e fui procurar onde eu poderia desenvolver e aprender mais sobre o esporte”, lembra.
Além da melhora de seu desempenho após iniciar nos treinos, Maria Eduarda diz que o esporte lhe proporcionou outros benefícios que vão além das faixas de areia. “Comecei a me alimentar melhor, porque o esporte exigia muita energia. Me sinto muito mais disposta para fazer as atividades do dia-a-dia”, relata a estudante.