O evento anual tem como foco a acessibilidade nas festas juninas
Por Louise Santos
Revisão por Airton São Pedro
No clima de São João, a sede da Associação Baiana dos Deficientes Físicos (ABADEF) celebrou o ‘Forró Inclusivo’, um evento de inclusão que disponibiliza um espaço seguro, em que a pessoa com deficiência possa participar em festejos juninos sem temer repercussões negativas ou alienação de outros.
O evento foi aberto a todos os públicos e procurou agradar os beneficiados com a presença de diversas atrações, incluindo banda e animador infantil. Pessoas com deficiência merecem espaços onde possam beber, dançar, relaxar e participar de quaisquer atividades que desejar, assim como também devem ter a garantia de segurança contra assédio verbal, dano físico e a ocupação de um espaço não hostil.
A inclusão é, sem dúvida, importante quando se trata de leis da inclusão no espaço de trabalho. No entanto, vale salientar que é igualmente importante lutar por espaços inclusivos em outros lugares, como os variados espaços de lazer.
Um dos obstáculos à dignidade de uma PcD é a falta de espaços adequados e de apoio. Não basta trabalhar em prol de uma sociedade a qual as pessoas com deficiência possam apenas sobreviver. É preciso um esforço de todos para a construção de uma sociedade em que elas possam de fato viver e prosperar.
Com a abertura destes espaços inclusivos e de ampla acessibilidade, motiva-se a aderência das pessoas com deficiência que não são estimuladas a crer na realização de ações para elas, seja por receio de exclusão social ou por falta de um espaço acessível.
“A experiência foi maravilhosa. É um progresso, uma evolução. Todo dia a gente conquista algo diferente, sabe? Só coisa boa mesmo”, celebra Jurânia Maria da Silva, PcD e veterana da ABADEF. O relato contente de Jurânia determina a importância que o evento teve na trajetória dela, expondo a relevância da existência de um espaço de aceitação.
A vida de pessoas com deficiência são insensivelmente taxadas, por vezes, como “cômodas”, sendo que, na realidade, ela é repleta de obstáculos. As dificuldades estão presentes até mesmo na busca por atendimentos à PcD’s, como explica Ione Paixão da Silva, usuária de cadeira de rodas.
“Para mim [o Forró Inclusivo] é maravilhoso! Agora o ruim é o caminho para chegar aqui, porque antes, quando eu entrei aqui, eu andava. Depois daí eu entrei no hospital, fiz uma cirurgia e o médico operou errado. Então eu passei para as muletas e hoje eu tô na cadeira de rodas, então a dificuldade para chegar até aqui é muita.”
Ione ainda contou suas experiências não só com o Forró Inclusivo, mas também com a ABADEF.
“Tenho mais de 30 anos aqui na ABADEF, praticamente desde quando iniciou. [O Forró Inclusivo] já existe aqui há muitos anos, faço parte dele desde que começou. A melhoria era fazer um espaço que desse a cadeira até aqui na porta da Associação.” conta Paixão, como forma de melhorar a acessibilidade ao evento.