Obras feitas pelo artista plástico Gilson Cardoso têm como matéria-prima objetos recicláveis
Por Airton Santos
Revisão: Beatrice Magalhães
A exposição ‘Quem ama cuida’, do artista plástico baiano e professor de artes visuais da Fundação Cidade Mãe, Gilson Cardoso, foi inaugurada no início deste mês, respirando arte e sustentabilidade. A intervenção tem o intuito educativo e conscientizador para as pessoas que passam pelo Shopping da Bahia, na praça Divaldo Franco, 2º piso.
As obras ficarão disponíveis para visitação pública até o sábado, dia 10 de junho.
São mais de 27 anos de trabalho, amostras e projetos do artista baiano reconhecidos nacionalmente. Ele esteve à frente na idealização e projeção das gigantes árvores natalinas de garrafa pet.
Em 2019 foram 22 mil garrafas plásticas usadas numa árvore de 21 metros, reconhecida na época, pelo RankBrasil, como a maior já feita no país. Dois anos depois, em 2021, esse recorde foi quebrado novamente com uma nova construção a base de 27 mil garrafas e 22 metros de altura. Ambos os projetos estavam expostos no centro histórico de Salvador.
Desta vez, o local escolhido para receber seus projetos, pela quarta vez, é o Shopping da Bahia.
Gilson comenta que, como artista, também exerce papel de porta voz para causas sociais, explicando sua ideia com a amostra.
“O objetivo dessa exposição é, na verdade, despertar no outro a sensibilidade para as questões ambientais. Eu acho que o artista também é um porta-voz para chamar a atenção de coisas que vem acontecendo. Essa é uma forma que eu acho bem ativa de ajudar a natureza”, pontua Cardoso.
O artista plástico também tocou na temática da despreocupação de parte da sociedade em relação ao meio ambiente, dando ênfase à relevância da arte pra chamar atenção e gerar reflexão nas pessoas.
“O descaso no que vem acontecendo com a natureza, no dia a dia, é muito grande. Não tendo nós artistas, seja na música, na dança ou nas artes visuais falando ou chamando atenção, como é que fica este mundo?”, questiona Gilson.
Móveis, decorações, esculturas e até ambientes de convívio foram criados. Algo chamativo é que móveis como bancos, cadeiras e mesas não estão disponíveis apenas para contemplação, como também podem ser ocupados por quem anda pelo shopping e quer parar para se acomodar ou descansar.
Os móveis foram idealizados para que as pessoas usem. Esse detalhe incentiva ainda mais os espectadores a notarem a possibilidade de transformar materiais descartados em objetos de utilidade no cotidiano.
Jaqueline Almeida, ocupante de um dos elaborados assentos, afirma nunca ter visto uma exposição desse caráter no shopping e comentou suas impressões.
“Eu gostei das cadeiras recicláveis, são realmente interessantes. Gostaria de ver mais eventos assim por aqui, pois ajudam as pessoas a terem mais consciência sobre a reciclagem”, ressalta Almeida.