Equipe festeja após a corrida histórica que trouxe novo ânimo para pilotos, empresários e mecânicos da MacLaren | Foto Divulgação
No dia 15 de setembro, Oscar Piastri, piloto da McLaren, venceu o Grande Prêmio do Azerbaijão, colocando a equipe na liderança do campeonato de construtores
Por Izabela Freitas
Revisão Laís Cruz
A Fórmula 1 vinha sendo liderada de forma absoluta pela Red Bull desde o Grande Prêmio da Espanha em 2022. Depois de 55 corridas, a equipe perdeu a liderança conquistada ao longo de dois anos. Após o GP da Espanha, em junho, o carro começou a decair em rendimento, o que contribuiu para a mudança inesperada no campeonato.
Desde o começo da temporada, foi possível perceber a evolução do carro e dos pilotos da McLaren. Com as atualizações feitas durante o ano, para auxiliar na eficiência aerodinâmica e no downforce, por exemplo, houve uma melhora significativa no desempenho, tornando o carro da McLaren o melhor da categoria no momento.
Durante anos, a equipe passou por momentos complicados e não era vista como candidata a títulos. Em 2013, o desempenho do MP4-28, que contava com motor Mercedes e era pilotado por Jenson Button e Sergio Pérez, caiu surpreendentemente. O carro não conseguiu acompanhar a evolução das outras equipes e encerrou o ano sem vitórias, ficando na 5ª posição no campeonato de construtores.
Um dos anos mais difíceis da McLaren foi 2015, quando o MP4-30, conduzido por dois campeões mundiais, Fernando Alonso e Jenson Button, ficou em apenas seis oportunidades entre os 10 primeiros nas 19 etapas disputadas, alcançando a 9ª colocação no campeonato.
Parceria com a Honda
A retomada da parceria com a Honda foi o principal fator que levou a esses resultados, pois o motor produzido por essa empresa tinha sérios problemas de confiabilidade e desempenho. Em 2016, mesmo com um leve progresso em alguns aspectos, os problemas persistiram e a equipe continuou sem um carro competitivo.
Então, após três anos de frustração, a McLaren rompeu a parceria com a empresa japonesa em 15 de setembro de 2017, com o objetivo de melhorar o desempenho. A partir de então, a McLaren firmou parceria com a Renault, passando a utilizar seus motores em 2018. O MCL33 era um carro mais confiável, mas ainda enfrentava vários problemas de aerodinâmica e desempenho.
A equipe terminou a temporada em 6º lugar, provocando uma pressão interna que ocasionou mudanças importantes na administração. Depois da reorganização interna, houve uma expressiva evolução ao desenvolver um carro mais eficiente. Durante todo o período de 2015 a 2018, a equipe acumulou somente 195 pontos, enquanto, apenas em 2019, o MCL34, conduzido por Carlos Sainz e Lando Norris, alcançou 145 pontos no campeonato, obtendo a 4ª posição.
Desde então, a McLaren passou por altos e baixos dentro da categoria, protagonizando vitórias e pódios, ficando na 3ª posição em 2020, sua melhor colocação desde 2012. No entanto, a equipe também enfrentou dificuldades, devido ao regulamento de 2022 e ao desempenho por parte dos pilotos.
Melhora notável
Este ano, a equipe vem tendo uma melhora notável no desempenho, subindo ao pódio em 15 dos 18 Grandes Prêmios, sendo 14 deles de forma consecutiva. Após a vitória de Oscar Piastri no Azerbaijão, a McLaren superou a RBR, equipe que estava dominando a categoria, conquistando a liderança do campeonato de construtores pela primeira vez em uma década.
A última vez que isso havia acontecido foi na abertura da temporada de 2014, quando a equipe conquistou um pódio duplo, enquanto o último campeonato de construtores que venceu foi em 1998 e o de pilotos, em 2008, com Lewis Hamilton, em uma disputa acirrada com o brasileiro Felipe Massa.
A vitória de Oscar Piastri no Azerbaijão confirmou a liderança da McLaren no campeonato. As duas melhores equipes estavam com 8 pontos de diferença antes da corrida, entretanto, não foi um bom GP para a Red Bull, uma vez que Sergio Pérez se envolveu em uma batida e abandonou a corrida.
Enquanto isso, Lando Norris, mesmo largando na 17ª posição, conquistou o 4º lugar. Assim, a McLaren somou 25 pontos a mais que a RBR, assegurando a mudança no topo da tabela. Em entrevista à Avera Notícias, Sérgio Siverly, do Boteco F1, disse que, “somando uma boa administração, investimento e mudanças técnicas, no sentido de colocar pessoas importantes em cargos estratégicos, ao desenvolvimento da sua fábrica, como um novo túnel de vento, fez a McLaren reagir de uma forma até de se aplaudir, poucas vezes a gente vê uma equipe ganhar tanto desempenho de uma forma tão rápida.”
Vantagem sobre a Red Bull
Em 22 de setembro, em Singapura, a McLaren ampliou a vantagem sobre a Red Bull para 41 pontos, após a vitória de Lando Norris e o pódio de Oscar Piastri. Outro fator de grande influência para se manter na liderança foi a queda de desempenho da RBR, decorrente da utilização de um carro que, possivelmente, chegou ao seu teto de desenvolvimento e do baixo rendimento de Sergio Pérez na temporada.
Ainda, de acordo com Sérgio Siverly, o campeonato de pilotos está sendo muito disputado. “Com certeza a Red Bull ficaria perdendo de 2 a 1, porque Oscar Piastri e Lando Norris entregam mais resultados que o Sergio Pérez consegue com o carro da Red Bull. Além disso, o campeonato de pilotos está bastante disputado”.
Max Verstappen (RBR) lidera com 52 pontos à frente do segundo colocado, Lando Norris (McLaren). Oscar Piastri (McLaren) está a 8 pontos do terceiro colocado, Charles Leclerc (Ferrari). Com seis Grandes Prêmios e três corridas Sprint restantes, as equipes vão trabalhar bastante para conquistar o campeonato.
Ao ser questionado sobre as expectativas para o final da temporada, o responsável pelo Boteco F1 disse que a McLaren será campeã da construtores e que só uma tragédia nesse momento tiraria o título da equipe. Em relação ao campeonato de pilotos, ele disse que ainda existe, matematicamente, a possibilidade do título, mas Norris teria que fazer coisas muito impressionantes e não sabe se o piloto inglês está pronto para isso.
A próxima Rece Weekend será nos dias 18, 19 e 20 de outubro em Austin, Estados Unidos, marcando o retorno das corridas sprint.