Modalidades fora das quadras têm impactado o desempenho físico e emocional dos atletas

A professora de beach tennis Isis Raquel | Acervo pessoal
Por Alana Bitencourt e Catarina Gramosa
Revisão Anna Gherardi
Cada vez mais jovens têm trocado as quadras tradicionais pelas areias de clubes e praias. Modalidades como beach tennis, futevôlei e altinha viraram febre entre os jovens, não apenas pelo exercício físico, mas pela experiência social e emocional que oferecem. A busca por qualidade de vida, contato com a natureza e práticas mais livres transformou esses esportes em espaços de refúgio e conexão.
Para a estudante de engenharia mecânica e professora de beach tennis Isis Raquel, a popularidade tem tudo a ver com o clima leve e acessível das partidas. Segundo ela, o beach se diferencia do tênis tradicional por ser mais informal, com menos regras rígidas e mais abertura para a socialização.
“O beach, por exemplo, diferente do tênis de quadra que foi o esporte ‘raiz’, tem uma vibe leve, descontraída, é praticado ao ar livre”, afirma. Ela lembra que, quando começou em Salvador por volta de 2018, o esporte chamava a atenção de quem passava pelas praias por parecer fácil e divertido. Hoje, mesmo com clubes estruturados, a essência descontraída permanece.
O professor de futevôlei Fabricio Oliveira, da escolinha Elite Team, também destaca o papel da socialização ao ar livre. Para ele, a prática une lazer, saúde e vida em comunidade. Além disso, Fabricio reforça que os benefícios do futevôlei vão muito além da descontração. Ele cita o aumento do condicionamento físico, a melhora da coordenação motora, da agilidade, do equilíbrio e da resistência.

O professor de futevôlei Fabricio Oliveira | Acervo Pessoal
Impacto emocional
Porém, é no campo emocional que ele vê efeitos ainda mais profundos. “Quando bem equilibrada, a prática do futevôlei pode melhorar o desempenho acadêmico e profissional, pois ajuda na concentração, no controle da ansiedade e na gestão do tempo. Porém, se houver excesso ou falta de organização, pode haver prejuízo nos estudos ou no trabalho. O ideal é manter uma rotina saudável e disciplinada”, ressalta.
A fisioterapeuta Alana Gramosa confirma que a adesão a esses esportes têm impacto direto no bem-estar. Ela pontua ganhos físicos como força muscular, mobilidade, postura e resistência cardiorrespiratória, mas destaca principalmente os efeitos mentais: autoestima, humor, combate à ansiedade e foco. “A atividade física aumenta a oxigenação no cérebro, trazendo mais energia, disposição e qualidade de sono – o que interfere diretamente no rendimento diário”, diz.
A profissional recomenda cautela aos atletas, com avaliação médica, acompanhamento profissional, atenção à alimentação e respeito aos limites do corpo, que são fatores fundamentais para prevenir lesões como entorses e tendinites.