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Entrevista: Levi de Queiroz, diretor de projetos, fala sobre a instalação do VLT no subúrbio de Salvador

Da Redação
11 de maio de 202111 de maio de 2021 No Comments
Mobilidade Urbana Transporte público VLT

O gestor explica que o motivo da grande diferença no preço das tarifas dos modais e os benefícios que o VLT trará para a região

O tradicional Trem do Subúrbio de Salvador fez sua última viagem no dia 15 de fevereiro. A partir daí deram início às obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), o modal que promete ser mais moderno, tecnológico e ágil que o anterior.

Mas a mudança no meio de transporte afetará também o custo do transporte público para a população do subúrbio , que estava acostumada a pagar R$ 0,50 na passagem e, com o VLT, passarão a pagar tarifas estimadas que vão de R$ 3,70 a R$ 4,40.

Para entender os impactos desta mudança, entrevistamos Levi Góes de Queiroz, representante da Secretaria de Turismo de (Setur) e diretor de projetos do órgão estadual.

Avera: A chegada do VLT terá capacidade de estimular o movimento de turistas que circulam pelo Subúrbio de Salvador? Que impactos isso traria para a economia da região?

Levi de Queiroz: Veja bem, é preciso registrar aqui a história do Trem do Subúrbio. Há muitos anos, aquela região, que hoje é conhecida como Subúrbio Ferroviário, na verdade era de veraneio de pessoas que tinham poder aquisitivo para frequentar as praias daquela região, que são muito bonitas, como a Praia de Tubarão, a Praia de Mar Grande, a Praia de Paripe, etc.

Então aquela zona dali, há 50 anos, mais ou menos, era uma zona de turismo. Quando o trem foi implementado, ele tentou trazer um desenvolvimento para aquela região para que houvesse um estímulo de moradias. E, por uma questão histórica, as pessoas que foram se estabelecendo no Subúrbio foram pessoas de renda um pouco mais baixa.

As pessoas que tinham uma renda maior, que iam lá para fazer veraneio, terminaram saindo e ficou lá esse perfil de morador: um perfil de pessoas menos abastadas.

Então o trem foi implementado, a princípio, para desenvolver a região residencial daquela área, e houve um desenvolvimento bem acima das expectativas. O trem, inclusive, depois de alguns anos, não dava mais conta de todo o fluxo de passageiros.

Então agora, com o projeto do VLT, se pretende colocar um modal de transporte que é muito mais rápido, muito mais seguro, muito mais confortável e muito mais moderno, justamente para dar conta do número de passageiros e voltar a desenvolver aquela área, também com o viés turístico que ela tinha muito antigamente, com restaurantes e lanchonetes, etc., porque é uma região muito bonita.

O trem é um equipamento que a gente pode considerar, hoje em dia, obsoleto, tanto do ponto de vista tecnológico quanto do comercial. Comercialmente, ele é um equipamento que custa caro.

Ou seja, o custo de manutenção, de conserto, de operação do sistema, por ser um equipamento muito pesado, com tecnologia antiga, é um custo muito elevado. O VLT tem um custo de manutenção muito mais baixo que o antigo trem.

Tecnologicamente, [o trem], por exemplo, não permite mais a implantação de ar-condicionado nos vagões ou alcançar determinadas velocidades.

Avera: O Ministério Público da Bahia fez uma pesquisa com moradores do Subúrbio e descobriu que a maioria deles não pode bancar a passagem do VLT. Como eles vão se deslocar?

Levi de Queiroz: O preço de um serviço público se chama tarifa. O valor da tarifa é calculado pelo custo do serviço, ou seja, você soma tudo que se gasta para fazer aquilo. Combustível, manutenção, empregados, despesa administrativa da concessionária… e divide pelo número de usuários.

O trem, quando começou, teve sua tarifa calculada da maneira adequada, só que, com o passar do tempo, os reajustes que deveriam ter sido feitos terminaram não acontecendo por problemas diversos.

A população não tem uma renda muito elevada, não suportou o aumento das tarifas e promovia protestos, queixas, etc. e o Governo da Bahia resolveu bancar a diferença entre o custo real do serviço e o valor que o morador estava disposto a pagar.

Essa diferença é chamada de subsídio. Então o sistema, além de depender da arrecadação das tarifas, também dependia de subsídios do Governo. Só que essa situação se tornou insustentável.

O Governo, aproveitando a troca de tecnologias, corrigiu essa distorção do subsídio. Eu não sei lhe dizer se o VLT também vai ter algum tipo de subsídio. A princípio, não.

E o morador, como é que fica, não é? Ele estava acostumado a pagar 50 centavos e agora vai pagar R$3,90. É um aumento considerável, mas essa situação é resultado de muitos anos de falta de reajuste.

Avera: Como o Governo da Bahia pretende atender às dúvidas e reclamações da população do Subúrbio referentes ao novo meio de transporte que será imposto a eles, principalmente no contexto econômico?

Levi de Queiroz: O Governo, dentro da estrutura da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, tem uma empresa, a CTB, Companhia de Transportes do estado, criada justamente com essa finalidade de administrar a concessão de transportes urbanos, incluindo o cálculo da tarifa.

Os usuários vão ter que, através de algum representante da comunidade, se dirigir à essa empresa. Mas eu posso lhe adiantar que tudo isso já passou por um estudo prévio: as pessoas que decidiram pelo VLT e o próprio concessionário, um grupo chinês, tem consciência de tudo isso.

Tarifa é um cálculo complicado, porque ela depende do número de usuários, então, eles sabem que não podem impor um valor muito alto, porque vão perder usuários e o sistema será inviabilizado de qualquer jeito; com um valor muito baixo, o número de usuários cresce, mas nem tanto, porque chega uma hora que não tem mais gente.

Então existe lá aquela tarifa, que é a tarifa considerada mais adequada para fazer o sistema sustentável. Evidentemente, haverá reclamações, porque o cliente vai sentir o impacto dessa despesa.

Se aquele trecho correspondia a todo o deslocamento do usuário, cinquenta centavos era a única despesa que ele tinha. Mas o usuário que queria, dalí do trem, já ir para outro local, não tem jeito: ele já tinha que pagar por outro transporte. Ele saltava na Calçada, por exemplo, e tinha que pegar o ônibus.

E agora, com a tarifa nova, é preciso entender que vai melhorar bastante as opções de fluxo, não vão ser as mesmas do trem. A tarifa nova vai, por exemplo, contemplar o sistema integrado: quando ele saltar na estação do VLT, ele vai ter uma integração com o sistema de transporte rodoviário.

Antes, ele pagava apenas cinquenta centavos, mas por um deslocamento muito restrito. O trem parava na Calçada; o VLT vai passar pela Feira de São Joaquim, vai passar pelo Comércio e vai ter uma estação próxima ao Mercado Modelo.

Essa inclusive foi uma decisão tomada para integrar a área turística da cidade com o Subúrbio, já incorporando um outro público, e isso é bom, porque quanto maior o público, mais barata é a tarifa. Do outro lado, também, a linha parava perto de Coutos, Perieiri. Agora, ela vai até sair de Salvador, vai até perto de Simões Filho. Então, vai ser um trecho melhor, um equipamento melhor. Tudo isso tem um preço.


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