Pesquisa mostra que as mulheres se ajustaram mais facilmente à crise e encontraram soluções no empreendedorismo
Por Maria Eduarda
Revisão: Antônio Netto
Com os impactos econômicos e sociais causados pela pandemia do coronavírus, o empreendedorismo foi uma das formas que as mulheres encontraram para garantir uma renda e, consequente, a autonomia pessoal.
Conforme dados do Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), principal pesquisa sobre empreendedorismo do mundo, realizada em parceria com o Sebrae, 55,5% das novas empresas criadas no período pandêmico foram abertas por mulheres.
Empreender no Brasil durante a pandemia já era uma tarefa difícil. Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae, 58,9% das pequenas empresas no Brasil interromperam o funcionamento temporariamente durante a pandemia. Enquanto 31% mudaram o seu funcionamento, se adaptando ao trabalho remoto, atendimento online ou horário reduzido.
“Acredito que nós, mulheres, já demos um grande passo e evoluímos muito diante do cenário de antigamente, mas não posso negar que ainda nos deparamos com muitas dificuldades e principalmente atitudes machistas. O segredo é estar convicto do propósito que teu negócio carrega e focar nele”, declara Ariana Neiva (30), empreendedora de uma marca de roupas femininas.
Levando em consideração a elaboração, planejamento e preparação, a marca de Ariana já conta com dois anos e meio de existência, porém apenas um ano de vida ativa com o público.
Suas principais motivações para cumprir a aspiração em empreender foi o desejo de ser mais presente na vida dos filhos, poder se realizar profissionalmente e ajudar outras mulheres.
Tendo que lidar com uma jornada dupla de trabalho, ou até mesmo tripla, realizando tarefas domésticas e trabalhando, 68% das empreendedoras disseram ser capazes de se adaptar às mudanças e citaram a resiliência e a gestão estratégica com aprendizado, consoante a pesquisa do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME) de 2020.
“O propósito da marca surgiu exatamente após ter enxergado com clareza sobre a minha autonomia. Com isso, passei de ‘apenas vender roupas’ para fazer com que mulheres enxerguem o que realmente são e se tornem donas de suas próprias histórias” relata Neiva.
“A minha marca de roupas femininas carrega consigo a motivação de ajudar mulheres a se reconectarem consigo mesmas e a realçar sua identidade e poder, aumentando sua autoestima através de nossos looks”, relata a empreendedora.
Com o processo de digitalização avançando gradativamente, principalmente durante o período pandêmico, o home office teve grande importância para as mulheres de negócios, que queriam ter a sua própria empresa, mas ao mesmo tempo precisavam compartilhar uma rotina com suas demais atividades caseiras.
“A internet de uma forma geral é uma grande aliada, se não posso dizer até minha ‘funcionária’ [risos]. É necessário aprender a extrair o melhor dessas plataformas, elas contêm ferramentas poderosíssimas que nos aproximam de pessoas, enquanto uma loja física não me possibilitaria da mesma maneira. Hoje temos um Showroom, local onde os clientes podem visitar para ver de perto as peças e etc, mas a maioria das minhas vendas são feitas através das redes sociais’, conclui Neiva.
Ainda de acordo com a pesquisa IRME (2020), verificou-se o crescimento do uso de sites próprios e de ferramentas vendas online durante o período. As ferramentas digitais mais utilizadas pelas mulheres empreendedoras foram aplicativos de mensagem (89%), redes sociais (83%), site ou blog próprio (67%) e e-commerce ou marketplace (55%).
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