Absorventes, papel higiênico e outros tipos de materiais de higiene foram doados durante ação solidária organizada pela Unifacs
Por Camila Oliveira
Revisão: Fernanda Abreu
No intuito de minimizar a pobreza menstrual, a equipe do projeto de extensão Ambulatório Multiprofissional em Saúde (AMU), da Unifacs, realizou o “Drive thru: Unifacs contra pobreza menstrual”.
A expressão caracteriza a falta de recursos financeiros de mulheres para comprar absorventes e a ausência de condições sanitárias mínimas para que possam gerenciar sua menstruação e outros fatores higiênicos. Situação agravada durante a pandemia.
A arrecadação no drive thru aconteceu no Campus Tancredo Neves da Unifacs, no último sábado (19), das 9h às 16h. No total, foram arrecadados mais de 3.200 itens, entre absorventes, sabonetes, shampoo, condicionador, papel higiênico e outros.
Para contemplar o maior número possível de pessoas, os materiais serão entregues para as instituições: Lar Pérolas de Cristo, Instituto Renascer Mulher, Movimento de População em Situação de Rua e o Grupo de Apoio e Prevenção à AIDS (GAPA).
Professora e coordenadora da AMU, Dinsjani Pereira, conta que, sob sua orientação, os alunos extensionistas do projeto realizaram um estudo sobre problemas que afetam a saúde das mulheres e identificaram a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre pobreza menstrual.
“Mulheres cis ou homens trans que estão em situação de rua ou em situação de vulnerabilidade social, têm rotineiramente esse direito básico negado. Por isso, o Projeto AMU se uniu para arrecadar recursos para a compra e distribuição do material entre pessoas em situação de vulnerabilidade através de um drive-thru”, explica a professora.
Em 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu o direito das mulheres à higiene menstrual como uma questão de saúde pública.
No Brasil, existe carência de ações públicas que garantam assistência à essa causa. Segundo dados do relatório “Livre para Menstruar”, realizado pelo movimento Girl Up, uma em cada quatro brasileiras não tem acesso à absorventes.
Devido ao custo destes produtos e a realidade vulnerável vivida por muitas garotas, principalmente no período pandêmico, muitas não têm dinheiro para comprar absorventes, deixando de ir à escola ou realizar outras atividades.
Rede de apoio
Através de um post nas redes sociais, o professor de comunicação da Unifacs, Antônio Netto, criou uma rede de apoio com seus seguidores, que através de doações via Pix, puderam contribuir na compra dos materiais.
“É uma causa muito importante e ainda pouco discutida. A repercussão nas redes sociais foi incrível. Mesmo quem não pôde ir ao drive-thru, ajudou financeiramente para que pudesse comprar os produtos. Foi a forma como as pessoas encontraram para ajudar e doar”, conta Netto.
O evento teve como madrinha a vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos e a participação de órgãos parceiros como a Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), SALTUR, CUFA BAHIA, TV Aratu, Projeto Rede Afeto e Projeto Luto Por Elas.
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Produção e coordenação de pautas: Márcio Walter Machado