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Do campo para a sala de aula: a cotonicultura transforma o ensino no Oeste baiano

Da Redação
2 de outubro de 20252 de outubro de 2025 No Comments

Como a capacitação técnica e a educação básica promovem inclusão, mudam a realidade de crianças, jovens e trabalhadores adultos e impulsionam a produção de algodão

Alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na sede da ABAPA em Correntina | Divulgação

Por Caio Ribeiro

Revisão e orientação: Kátia Borges

Qual criança nunca sonhou em ver uma planta crescer diante dos olhos, como se fosse mágica? No Oeste baiano, esse sonho é cultivado não apenas nas lavouras de algodão, mas em salas de aula. Educação se entrelaça com produtividade, gerando uma nova realidade para meninos, adolescentes e adultos. Em Luís Eduardo Magalhães, um dos maiores polos da cotonicultura do país, o ensino se consolida como uma ferramenta vital para o futuro da produção algodoeira.

Para Gustavo Prado, diretor-executivo da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (ABAPA), não é possível falar em  agronegócios hoje sem pensar em educação básica e capacitação técnica. “Trabalhamos para formar cidadãos do futuro, e de futuro, com capacidade de empreendimento e qualificação”, afirma. As lavouras do Oeste baiano concentram 98% da produção no Estado e os desafios, e oportunidades, surgem com o crescimento acelerado do setor.

Gustavo Prado, diretor executivo da ABAPA: aposta na capacitação técnica | Foto: Caio Ribeiro

Por meio de ações como a Educação de Jovens e Adultos (EJA) — programa do governo federal que possibilita que pessoas que não tiveram oportunidade de estudar concluam o ensino fundamental ou o ensino médio —, torna-se viável,  até mesmo para trabalhadores ainda sem capacitação formal, investir em uma graduação na área agronômica, com foco na cotonicultura.

De acordo com Silmara Ferraresi, diretora de relações institucionais da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (ABRAPA), o setor algodoeiro é  hoje o segundo maior do país em geração de vagas. Em 2022, foram cerca de 1,34 milhões de empregos formais e oito milhões indiretos. Na Bahia, no entanto, o crescimento da cotonicultura ainda contrastava com a falta de acesso ao ensino no campo, gerando ciclos de baixa qualificação e dependência econômica.

Qualificação contínua

Para transformar a vida dos trabalhadores do setor no Oeste Baiano, com a qualificação contínua da produção algodoeira, a ABAPA se uniu a parceiros diversos, como a Rede Sesi de Ensino, que trouxe a expertise na elaboração de projetos educacionais com foco na indústria. Os programas são voltados para a alfabetização de crianças, jovens e adultos, além de promover também a capacitação técnica dos trabalhadores já inseridos no mercado.

Além da Rede Sesi de Ensino, a ABAPA vem celebrando parcerias, por meio do seu Centro de Treinamento & Tecnologia (CT), com empresas e instituições altamente qualificadas, como Agrosul, John Deere, ABA, Sabri, SEST Senat, Valley, Faeb, Volvo Gotemburgo, Oeste Pneus e com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), que fornece apoio didático ao Curso Técnico em Agropecuária. Educação é prioridade para atender a um mercado cada vez mais moderno.

“O campo é um local em que só fica quem se qualifica”, diz Douglas Fernandes, coordenador do Centro de Treinamento e Tecnologia da ABAPA. A afirmação resume bem a realidade de quem vive do trabalho rural. Em um ambiente cada vez mais exigente, sobreviver e prosperar na cotonicultura não depende apenas de força física ou tradição familiar. É preciso conhecimento técnico, gestão eficiente e adaptação constante às mudanças, seja do clima, do mercado ou das tecnologias. 

Alunos em campo: aula prática no Centro de Treinamento & Tecnologia | Divulgação/ABAPA

Segundo Fernandes,  os cursos técnicos e de aperfeiçoamento profissional são estruturados em consonância com a cadeia produtiva do algodão. Com carga horária que varia entre 24 e 40 horas, nas quais são desenvolvidas atividades dinâmicas e imersivas, práticas em laboratórios e uso de equipamentos, os cursos são realizados a cada safra do algodão e direcionados aos trabalhadores da ABAPA e de empresas e fazendas parceiras. 

Aproveitamento de mão de obra

Ofertando capacitação em diversas áreas, os cursos do CT contemplam especializações em mecanização agrícola, movimentação de carga, siderurgia, manejo de veículos rodoviários, trabalhos em altura, segurança e saúde do trabalho, além de produção e alimentos em cozinhas rurais, informática e sistemas de irrigação, entre outros. “O grande desafio na cotonicultura do Oeste Baiano é conseguir mão de obra qualificada para trabalhar nas fazendas de algodão”, explica.

Um desafio que vem sendo vencido graças ao empenho da ABAPA, que já alcançou o índice de 90% de reaproveitamento da mão de obra no setor algodoeiro. Fernandes reforça que a iniciativa não se limita aos cursos, mas se estende a outros programas educacionais, como o Conhecendo o Agro, e enfatiza que, entre 2010 e 2025, mais de 130 mil pessoas passaram por capacitações.

Desde sua criação, o CT realizou mais de cinco mil cursos de capacitação técnica. Apenas no ano passado, foram mais de mil cursos e palestras, com quase 25 mil participantes e cerca de 230 fazendas atendidas. Júlio Cézar Busato, engenheiro agrônomo e produtor, que atualmente comanda cerca de 1.200 funcionários em suas fazendas, afirma que quase todos passaram pelos cursos do Centro de Treinamento & Tecnologia da ABAPA.

Por ser uma cultura complexa, segundo Busato, o setor algodoeiro necessita de pessoas capacitadas. “Precisamos de trabalhadores para fazer o monitoramento e o controle de pragas, como também para atuarem em tarefas específicas”, justifica. Por meio dos cursos do CTT, os trabalhadores adquirem o conhecimento necessário para se inserirem no setor em toda a Matopiba, não apenas na Bahia, desenvolvendo a expertise exigida pelo mercado.

Júlio Cézar Busato, engenheiro agrônomo e produtor: mão de obra qualificada | Divulgação/ABAPA

Iniciativas como essa vem  mudando a realidade da região, fortalecendo o compromisso dos produtores com a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais. Para Ivete Oliveira Silva, 53 anos, auxiliar de limpeza de uma das sedes da ABAPA, os cursos oferecidos tiveram impacto na sua trajetória pessoal e profissional. “A minha qualidade de vida melhorou muito desde que eu comecei a trabalhar aqui, há 12 anos, e a cada curso me sinto mais preparada”. 

Educação de Jovens e Adultos

Além dos cursos técnicos, a formação também é promovida com o programas Educação de Jovens e Adultos (EJA), permitindo que os trabalhadores que não completaram o ensino fundamental ou médio possam retomar os estudos. As turmas de EJA são realizadas em encontros quinzenais, proporcionando flexibilidade para os alunos, que têm a chance de aprender a ler, escrever e desenvolver competências que ampliem suas oportunidades no mercado de trabalho. 

De acordo com Mayara Rodrigues, Coordenadora Pedagógica da ABAPA, o projeto do EJA surge com a necessidade de qualificar jovens e adultos para trabalharem nos campos e nas fazendas com a escolaridade completa. Porém, ela chama atenção também para os desafios que aparecem ao longo do projeto. “Nosso maior desafio hoje em dia com o EJA é, infelizmente, a conciliação do horário das aulas com o trabalho dos estudantes”, explica.   

Mesmo com desafios, a educação no campo tem contribuído para uma mudança de mentalidade dos trabalhadores. Graças à parceria com o Sesi,  o campo deixa de ser um local considerado como de estagnação e passa a ser visto como um espaço de inovação e oportunidades. Ao investir em qualificação, a ABAPA não só transforma a produção, mas também muda as trajetórias pessoais de centenas de jovens e adultos, oferecendo-lhes uma chance real de crescimento.

Rosângela Louredo de Oliveira, de 47 anos, é um exemplo de como esse processo educacional gera impactos positivos, mesmo para aqueles que não estão inseridos na cadeia produtiva do algodão. Por meio do EJA, ela conseguiu continuar os estudos e, hoje, tem novas perspectivas. “Trabalho como autônoma, e o EJA tem me ajudado, porque me dá mais conhecimento e segurança para organizar as minhas atividades e lidar com os clientes”, diz. 

Visita de crianças ao Projeto Conhecendo o Agro: foco na cultura do algodão | Divulgação/ABAPA

Conhecendo o Agro

O programa Conhecendo o Agro também é uma iniciativa que  valoriza a educação como motor essencial para a transformação social no setor agrícola. A ação, promovida pela ABAPA, busca aproximar docentes e alunos das redes pública e privada de Luís Eduardo Magalhães do contexto da produção no campo, com um foco especial na cultura do algodão cultivada no Oeste da Bahia. 

Conhecendo o Agro atua no ensino fundamental, principalmente nas redes municipais da região, com 13 cidades contempladas: Angical, Baianópolis, Barreiras, Cocos, Cristópolis, Formosa do Rio Preto, Jaborandi, Luís Eduardo Magalhães, Riachão das Neves, Santa Maria da Vitória, Santa Rita de Cássia, Santana e Wanderley. Quatro pedagogas e duas assistentes prestam apoio ao projeto.

Segundo a coordenadora pedagógica, são cerca de 120 escolas atendidas por ano. Desde o início do projeto, em 2019, o somatório de escolas atendidas alcança mais de 550, impactando 160 mil estudantes e mais de três mil professores. Mayara Rodrigues reforça a importância da interdependência entre o campo e a cidade e diz que o projeto mostra para crianças e jovens que há oportunidade de crescimento no mundo agro. “Eles podem pensar o futuro perto de casa”, observa. 

A educação, no Oeste da Bahia, passou a ser cultivada com o mesmo cuidado com que se cuida da terra. E, assim como a lavoura de algodão, ela está gerando frutos que prometem durar por gerações. Hoje, os jovens que antes viam o campo como uma opção limitada de vida, agora têm um novo olhar sobre o seu destino, repleto de possibilidades e de realizações. Assim, a cotonicultura baiana vai além da produção de algodão, torna-se símbolo de transformação educacional. 

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