Victoria Lima, Carolina Sebastião e Mariana Dourado relatam suas experiências atuando no mercado
Por Mariana Mendes
Revisão: Vinícius Daniel
Hoje, dia 1º de maio, é comemorado o dia do trabalho. Uma data para homenagear as conquistas dos trabalhadores ao longo da história. Como uma forma de celebrar este dia, especialistas da área de comunicação contam sobre os formatos da profissão e como as novas tecnologias têm gerado outras funções da área.
Unindo marketing, jornalismo, produção multimídia, design, relações públicas, entre outros cursos, a área da comunicação vem se expandindo cada dia mais. Expansão essa que permite o comunicólogo transitar em diferentes setores da comunicação.
Os ramos da comunicação se interagem entre si. A semelhança deles está no fato de manterem como foco as formas de diálogo entre público e marca, ou a sociedade e um profissional, sempre buscando transmitir uma mensagem ao receptor.
Victoria Lima é formada em comunicação social com foco em produção cultural. Faz parte da agência de publicidade Nemi Comunicação e também atua de forma independente fazendo trabalhos externos.
“Sempre trabalhei como social media, redatora e diretora de arte. Mas acho que isso dá para provar que mesmo você não tendo uma formação em publicidade e propaganda, por exemplo, você consegue se inserir nesse mercado sem dificuldade alguma. Quando você se direciona para a área que você quer seguir, acaba sendo bem fácil de atuar nela. A experiência conta muito mais do que a formação no final das contas. Tenho percebido isso com o passar dos anos”, conta Lima.
Como todo e qualquer trabalho, na área da comunicação também tem seus obstáculos. Um dos maiores desafios da área é conseguir o reconhecimento e valorização.
“Sempre busquei crescer e aprender o máximo de coisas possíveis no ambiente que estou. Mesmo que você seja especialista e pós-graduado em várias coisas, é muito difícil de você conseguir uma agência que pague o valor que realmente condiz com o que você tem de experiência e de formação. Acho que esse é o ponto mais negativo na hora da gente se desenvolver profissionalmente. A gente busca espaços para crescer e acaba sendo muito difícil”, completa a comunicóloga.
As novas tecnologias trazem outras estratégias de comunicação para as organizações. Com o avanço tecnológico, um dos efeitos no setor é que as transmissões de mensagens com o público-alvo se tornaram mais diretas. Empresas, veículos e profissionais da comunicação conseguem delimitar com mais facilidade para quem vai ser passada a mensagem e ainda conseguem ter acesso ao controle de métricas.
Lima destaca: “Acho que o principal impacto das novas tecnologias é que agora a gente consegue falar diretamente com o público-alvo. Conseguimos delimitar melhor esse público, com quem a gente está falando e como criar uma conexão entre quem está recebendo a comunicação e quem está se comunicando. A gente tem métricas, relatórios e formas de avaliar isso. Quanto mais a gente faz, mais a gente consegue traçar a estratégia ideal”, destaca Lima.
Para Victoria, a atuação no mercado da comunicação acabou desenvolvendo novas habilidades. “Eu desenvolvi habilidades de direção de arte que já tinha. Fui aprofundando. Desenvolvi também a característica de ser líder. Um perfil de liderança que eu não tinha e acabou sendo desenvolvido dentro do mercado de trabalho da comunicação. Facilita em muitas coisas”, ressalta a profissional.
Carolina Sebastião é designer gráfico e fotógrafa. Atua também como CEO da Aê Comunicação, uma agência digital formada somente por mulheres. Para além, faz licenciatura em teatro, é artista, atriz e palhaça.
Com tamanha bagagem, Sebastião defende que o caminho do sucesso passa por uma comunicação mais humana e com estratégia, trazendo arte e criatividade para às pessoas.
Sobre as possibilidades de atuação no mercado da comunicação, Sebastião conta um pouco das vertentes de atuação possíveis.
“Essa área nos permite nos juntar com outras áreas, nos permite criar novas coisas, sair da nossa zona de conforto e aflorar nossa criatividade. Tenho visto pessoas incríveis passarem aqui pela Aê Comunicação e construírem coisas sensacionais. Viver nessa área é incrível. Você deve e pode explorar coisas novas e reinventar o que está aí bombando”, aconselha a designer.
Para Carolina cada indivíduo é único. “Ele tem sua visão, seus valores, tem suas culturas e isso faz total diferença na hora de comunicar alguma coisa. Eu como artista vivi muita coisa. Toda a minha comunicação é baseada nesse lugar artístico e criativo. Tem clientes que vão querer meu lado mais criativo, por exemplo.”, explica Sebastião.
O mercado de trabalho da designer também sofreu mudanças decorrentes da influência das novas tecnologias. Fator que facilitou a criação de novas estratégias que visão agregar mais qualidade ao processo criativo.
“Na nossa área a gente caminha lado a lado com a tecnologia. Ela está aí para nos ajudar e facilitar nossa vida. E para fazer com que as coisas sejam mais rápidas. O grande boom são as inteligências artificiais. Quando a gente usa a inteligência artificial a nosso favor, juntamente com o nosso conhecimento e nossas estratégias, elas podem nos ajudar muito a desenvolver muito coisas novas e autênticas”, conta Sebastião.
Carol acredita que o mercado de trabalhado tem exigido a flexibilidade de abraçar o novo. O mercado vem exigindo uma visão mais aberta, mais ampla para que os profissionais possam abrir a cabeça para receber coisas novas, usar as tecnologias e tudo mais a seu favor.
Mariana Dourado exerce a função de social media na agência MP3 Digital e traz suas visões a respeito do mercado da comunicação.
Dourado acredita que outro grande desafio da área é prender a atenção do telespectador nos dias de hoje.
“Estamos muito acostumados a coisas de segundos. Se você não prende a atenção nos primeiros três segundos você perde o timing da comunicação e acaba perdendo um potencial cliente”, relata Dourado.
A comunicação vai além do conhecimento especializado e técnico, e é necessária para todo profissional em algum momento.
“Me desenvolvi muito ao lidar com pessoas e gerir elas. Desenvolvi gestão do tempo, proatividade e oratória. Fora o desenvolvimento criativo, cognitivo, de perspicácia e pensamento sistêmica” , ressalta a social media.
O profissional da comunicação tem que se repaginar e aumentar seu repertório criativo constantemente. O mundo digital se renova o tempo todo e tanto o público quanto o profissional da comunicação precisão se adequarem às tais mudanças.
“Um dos maiores impactos que sofremos foi o do ChatGPT. Você joga qualquer conteúdo e ele dá uma infinidade de outros conteúdos e de possibilidades para a gente desenvolver aquilo. Precisamos enxergá-lo como aliado e não como inimigo. O impacto também vem através das redes sociais, o algoritmo muda a todo tempo”, completa a profissional.