Vozes marcantes do rádio baiano falam sobre a profissão e história de suas carreiras
Por: Vinícius Daniel
Revisão: Nalanda Rocha
No dia 7 de novembro é comemorado o dia do radialista no Brasil. Apesar dos novos formatos de transmissão digital terem levado parte da audiência das tradicionais emissoras AM e FM, em muitos locais o rádio é o único meio de informação e não deve deixar de ser celebrado.
Em sua origem, a data teve como marco o dia 21 de setembro, quando a profissão teve o piso salarial definido. Após falecimento do músico, compositor e radialista brasileiro, Ary Barroso, a data foi oficializada para 7 de novembro, em homenagem ao aniversário do ícone do rádio.
Barroso, que em 1932, iniciou sua carreira na Rádio Philips, do Rio de Janeiro, atuando como pianista, exerceu diversas outras diversas funções durante sua vida, como: animador, humorista e locutor esportivo, ganhando destaque nos rádios do Brasil.
A importância do rádio
O rádio é um meio de comunicação capaz de unir povos e culturas através das vozes marcantes de seus locutores, além de trabalhar com a imaginação dos ouvintes.
Igor Guimarães é radialista desde 2001 e já atuou em programas de variedades, futebol e política. Atualmente, marca sua voz na programação da Transamérica FM.
“O rádio não tem imagem, portanto o ouvinte acaba idealizando a equipe de transmissão. Acho interessante, porque mexe com a criatividade da pessoa que está absorvendo a informação”, revela o radialista.
Os radialistas têm o poder de criar laços com os ouvintes, para quem já tem de usar este meio de comunicação, facilmente consegue distinguir os profissionais pela voz propagada. O que facilita a interação entre esses profissionais com o seu público.
“O segredo para passar a informação com leveza, é você gostar do que está fazendo. Se você faz algo que gosta, cria um estímulo para melhorar cada dia e é esse estímulo que faz com que você sempre busque conteúdos novos para interagir com seu ouvinte”, conta Guimarães.
Manoel Nascimento, amante das transmissões esportivas, também se dedica para Transamerica FM, sua paixão por essa modalidade iniciou na copa de 1970, onde ele passou a ouvir grandes locutores que aguçou sua vontade de estar nas rádios.
Porém, o formato sofreu algumas mudanças no modo de levar entretenimento aos radiouvintes, o que não agrada o profissional do nicho esportivo.
“Cinco anos atrás, a gente entrevistava os jogadores no campo, hoje não se faz mais nenhuma matéria no próprio campo, com exceção da tv que compra os direitos. Hoje a gente só tem chance na zona mista e na coletiva do treinador”, manifesta Nascimento.
João Andrade também é radialista, atualmente possui o canal “Pressão no turbo”, no qual faz transmissões esportivas.
“É uma carreira lindíssima. O rádio é apaixonante, porque nós passamos uma imagem para o outro lado e a pessoa que está lá ouvindo, faz a visão de quem somos”, relata o comunicador.
Dificuldades da profissão
Como todo trabalho, ser radialista também tem seus obstáculos. Com uma vasta experiência, João Andrade, setorista do Esporte Clube Bahia e responsável pela cobertura da copa do Mundo, conta as barreiras da profissão.
‘’O rádio esportivo é um desagregador de família, porque tem jogos nos finais de semana e nos feriados. A gente, precisa abdicar das nossas famílias para levar emoção aos ouvintes, principalmente quando tem as viagens para fazer transmissões’’, ressalta Andrade.
Avanço tecnológico no rádio
O rádio é um dos primeiros meios de comunicação de massa, e mesmo com o grande avanço tecnológico, os radialistas seguem firmes com a missão de levar a informação aos ouvintes. Utilizando, a tecnologia como aliada.
“A tecnologia auxilia em todos nós que trabalhamos com comunicação. Hoje, com o advento da internet, é só pegar o fio, plugar no computador, ajustar na mesa de som, distribuir os microfones e pronto, já pode fazer uma transmissão externa de qualidade’’, explica o radialista Andrade.